Produto Interno Bruto

PIB mais fraco é consenso, mas ritmo de desaceleração gera dúvidas

A possibilidade de convergência da inflação para a meta e uma eventual reação do governo estão no radar dos analistas de mercado

Ibovespa
Foto: CanvaPro

O comportamento da atividade econômica brasileira deve receber mais atenção dos analistas em 2025. Esse movimento ocorre não porque componentes como a inflação estejam sob controle, mas porque há um consenso de que o PIB (Produto Interno Bruto) sofrerá desaceleração. O ritmo dessa desaceleração será fundamental para avaliar o funcionamento da política monetária do país.

A possibilidade de convergência da inflação para a meta e uma eventual reação do governo estão no radar dos analistas de mercado. Por ora, economistas divergem sobre os primeiros sinais dessa desaceleração.

“A atividade é um indicador para o qual está todo mundo de olho neste ano, para ver se vai surpreender ou não, para cima ou para baixo. Deveríamos esperar esse arrefecimento. A grande questão é se veremos isso em maior ou menor grau. Parece que a desaceleração está contratada, de certa forma, principalmente nos setores mais cíclicos”, disse ao Valor Cecilia Machado, economista-chefe do Bocom BBM.

Segundo a analista, um conjunto de dados mostrou um quarto trimestre de 2024 mais fraco, com um arrefecimento da atividade consistente com a dinâmica de elevação de juros, perda do poder de compra da população e menor impulso fiscal no final do ano.

Fazenda reduz projeção do PIB de 2025 de 2,5% para 2,3%

A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2025 foi revisada pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda de 2,5% para 2,3%, refletindo os ciclos contracionistas das políticas monetária e fiscal. 

A projeção de desaceleração consta do documento ‘2024 em retrospectiva e o que esperar de 2025’, publicado nesta quinta-feira (13) pela Fazenda.

“Para o PIB de 2025, projeta-se expansão de 2,3%. A previsão até novembro de 2024 era de crescimento de 2,5%, porém o aumento na taxa de juros básica e o cenário conjuntural externo levaram à expectativa de menor ritmo de expansão da atividade em 2025. O carry-over para 2025 também se reduziu recentemente”, consta no documento, segundo o “Estadão”.