Análise do banco

BTG (BPAC11): restrição de títulos isentos pode liberar até R$120 bi

Para o banco, essas mudanças terão impacto relevante no mercado imobiliário e no agronegócio

Cédulas de dinheiro
Cédulas de dinheiro / Foto: Pixabay

As restrições para a emissão de títulos isentos de imposto de renda – LCIs, LCAs, CRAs, CRIs e LIGs – impostas pelo BC (Banco Central) no mês passado, podem liberar de R$100 a R$120 bilhões, segundo o BTG (BPAC11).

Para o banco, essas mudanças terão um impacto relevante no mercado imobiliário e no agronegócio, limitando a emissão desses títulos e beneficiando o mercado de ações.

Através de relatório divulgado nesta terça-feira (12), o BTG anunciou que, a partir dos cálculos do time de crédito, 30% de todos os CRIs e CRAs emitidos em 2023 (ou R$30 bilhões) não poderiam ter sido emitidos se a nova regra estivesse em vigor.

Já o Banco Central estima que de 15% a 20% de todas as LCIs e LIGs emitidas ano passado (ou R$70 bilhões a R$90 bilhões) também não poderiam ter sido emitidas.

As modificações introduzidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) nas regulamentações que norteiam as emissões de títulos isentos do agronegócio e do setor imobiliário foram recebidas de maneira positiva pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

A associação expressou a opinião de que as mudanças terão um impacto positivo, ampliando a eficácia da política pública no suporte aos setores do agronegócio e imobiliário, o que contribui para o desenvolvimento e o constante aprimoramento do mercado de capitais.

De fato, a modificação inicial limitou as categorias de ativos que podem ser utilizados como lastro nas emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). 

A segunda alteração não apenas estendeu essa mudança para abranger as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs), mas também prolongou os prazos de vencimento desses instrumentos.

BTG eleva projeção para PIB e corta de inflação para 2024

No seu relatório macroeconômico mensal divulgado nesta segunda-feira (11), o banco BTG (BPAC11) optou por revisar a projeção de crescimento da economia brasileira, medida pelo PIB (Produto Interno Bruto), deste ano, elevando-a de 1,7% para 2%.

Paralelamente, houve uma redução na previsão para a inflação oficial, de 3,9% para 3,8%.

Quanto à taxa de juros, o BTG projeta cortes de meio ponto percentual ao longo do primeiro semestre, seguidos por um corte adicional de 0,25 ponto percentual em julho. Espera-se que a taxa Selic atinja 9,5% ao final de 2024.