Juros

Selic deve avançar 1 p.p. na reunião desta semana, diz Itaú (ITUB4)

O relatório do Itaú destacou que as projeções do Copom devem passar por ajustes significativos no cenário referencial

Foto: Freepik
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O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central se reunirá nos dias 10 e 11 de dezembro, e o Itaú (ITUB4) projeta uma aceleração no ritmo de ajuste da Selic (taxa básica de juros). O banco espera que o comitê aumente a taxa em 1 ponto percentual (p.p.), para 12,25% ao ano, após a alta de 0,5 p.p. decidida na última reunião.

O relatório do Itaú destacou que as projeções do Copom devem passar por ajustes significativos no cenário referencial. A estimativa de inflação para 2024 foi revisada para 4,8% (ante 4,6% na reunião de novembro), enquanto para 2025 subiu de 3,9% para 4,6%.

No horizonte relevante, que inclui o segundo trimestre de 2026, a projeção também deve ser elevada, passando de 3,6% para 4,1%.

O relatório do banco apontou que o atual cenário tem sido desafiador. A taxa de câmbio atingiu máximas históricas, com uma depreciação significativa do real, descolada das moedas de outros mercados emergentes. Essa dinâmica “pressionou” as expectativas de inflação, tanto nas métricas implícitas em ativos quanto na pesquisa Focus, que revelou saltos marcantes nas projeções para 2025 e 2026.

Outro fator que pode influenciar a decisão do Copom é o comportamento da economia e do mercado de trabalho. O PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre superou as expectativas, apontando maior dinamismo na atividade econômica, segundo análise divulgada pelo Suno.

Selic: até onde vai parar? Analistas explicam como preparar carteira

Em um cenário em que diversas casas de análise têm elevado suas projeções para a Selic (taxa básica de juros), analistas apontam maneiras de preparar a carteira de investimentos.

Entre os pontos levantados por analistas ouvidos pelo BP Money, o destaque foi optar por ativos resilientes e sem dívidas. “Empresas com essas características, especialmente as vinculadas ao mercado global ou a moedas fortes, como as exportadoras, ganham destaque. Além disso, negócios que se beneficiam de um giro alto, como bancos e seguradoras, também têm potencial”, comentou Beto Saadia, diretor de Investimentos da Nomos.

Esse mesmo parâmetro vale para companhias ligadas a commodities e exportações — que representam uma parcela significativa do Ibovespa —, bem como segmentos resilientes, como energia e concessões, que possuem menor dependência do cenário econômico interno.