O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) deve anunciar na quarta-feira (12), a partir das 18h30, sua decisão sobre a Selic (taxa básica de juros). A expectativa de casas de análise é que haja uma aceleração no ritmo de aperto monetário.
Até o momento, as apostas se consolidaram em torno de um aumento de 0,75 p.p. (ponto percentual), como apontou o Boletim Focus. No entanto, após a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) nesta terça-feira (10), há quem considere que o BC possa decidir por um ajuste mais agressivo.
Mesmo antes da divulgação da inflação brasileira, a XP já defendia que a deterioração das expectativas inflacionárias desde a última reunião do Copom justificava uma alta de 1 p.p. A tese ganhou força com os dados recentes, que apontaram para uma piora na composição da inflação, com pressões no setor de serviços e alimentos.
“A conjuntura parece suficientemente aguda para que o Copom opte por um movimento mais intenso, pelo menos em dezembro. A nosso ver, a elevação da taxa Selic em 1,00 p.p. contribuiria para estabilizar os preços dos ativos financeiros – especialmente a taxa de câmbio – e reforçar inequivocamente o compromisso do Copom com inflação baixa”, afirmou o time de economia da XP, segundo o InfoMoney.
A XP também acredita que o comunicado do Copom trará um alerta em relação ao cenário fiscal, destacando a importância de uma “política fiscal crível”.
Selic: até onde vai parar? Analistas explicam como preparar carteira
Em um cenário em que diversas casas de análise têm elevado suas projeções para a Selic (taxa básica de juros), analistas apontam maneiras de preparar a carteira de investimentos.
Entre os pontos levantados por analistas ouvidos pelo BP Money, o destaque foi optar por ativos resilientes e sem dívidas. “Empresas com essas características, especialmente as vinculadas ao mercado global ou a moedas fortes, como as exportadoras, ganham destaque. Além disso, negócios que se beneficiam de um giro alto, como bancos e seguradoras, também têm potencial”, comentou Beto Saadia, diretor de Investimentos da Nomos.
Esse mesmo parâmetro vale para companhias ligadas a commodities e exportações — que representam uma parcela significativa do Ibovespa —, bem como segmentos resilientes, como energia e concessões, que possuem menor dependência do cenário econômico interno.