Depois que a AGU (Advocacia-Geral da União) notificou a Meta (M1T34) – dona do Facebook, Instagram e WhatsApp – na noite de quinta-feira (9) sobre um vídeo com informações falsas atribuído ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o conteúdo foi retirado do ar nesta sexta-feira (10). O órgão havia dado 24 horas para que a empresa excluísse o link.
O endereço eletrônico indicado pela AGU, onde era possível assistir ao vídeo, podia ser acessado até a noite de quinta-feira, porém, o acesso não está mais disponível, segundo o “Valor”.
O conteúdo foi gerado por IA (Inteligência Artificial), nele Fernando Haddad supostamente diz que “vai taxar tudo” ao criar impostos sobre animais de estimação, pré-natal e bets. Além disso, no vídeo, o ministro teria dito que “imposto e Big Brother são a nossa paixão”.
Além da notificação da AGU, um outro conteúdo em vídeo foi publicado no Instagram oficial do Ministério da Fazenda, onde Haddad desmente todo o conteúdo do vídeo falso.
A argumentação da AGU foi que o vídeo falso confunde o público sobre a posição do ministro da Fazenda acerca de assuntos de interesse público como tributação.
“A análise do material evidencia a falsidade das informações por meio de cortes bruscos, alterações perceptíveis na movimentação labial e discrepâncias no timbre de voz, típicas de conteúdos forjados com o uso de inteligência artificial generativa”, consta no documento.
Haddad nega discussões sobre mudança no regime cambial
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta segunda-feira (6), que não há qualquer discussão sobre mudança de regime cambial ou aumento de impostos para diminuir a saída de dólares do país. Em entrevista a jornalista após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Haddad falou que o câmbio deve se acomodar.
De acordo com o ministro, já há sinalizações de que Donald Trump vai atuar de forma mais moderada em relação ao que foi proposto em sua campanha eleitoral.
“Nós tivemos um estresse no final do ano passado, no mundo todo, tivemos um estresse também no Brasil. Hoje mesmo o presidente eleito dos Estados Unidos deu declarações moderando determinadas propostas feitas ao longo da campanha. É natural que as coisas se acomodem”, disse Haddad.
“Mas não existe discussão de mudar o regime cambial no Brasil nem de aumentar imposto com esse objetivo”, afirmou.
O real passou por uma desvalorização em relação ao dólar no final de 2024, chegando a R$ 6,00 pela primeira vez na história. A queda foi motivada por incertezas sobre a postura fiscal do governo brasileiro e levou o BC (Banco Central) a iniciar políticas de intervenção no câmbio.
Além das dúvidas sobre a política interna, a alta também foi motivada pela valorização do dólar em todo o mundo, com as expectativas de que as políticas de Trump possam ter um efeito inflacionário e levem a maiores taxas de juros nos EUA.