Educação financeira

Bonds: como funcionam os títulos de renda fixa no exterior

Investir no exterior nem sempre é sinônimo de renda variável. Há também opções de renda fixa, dentre elas, os bonds

Investir no exterior nem sempre é sinônimo de renda variável. Apesar de menos conhecidos, há também opções de renda fixa, dentre elas, os bonds. Os bonds são títulos de renda fixa no exterior e são emitidos por países ou empresas para arrecadar dinheiro no mercado para financiar projetos ou atividades em troca de juros aos investidores.

Esses títulos são semelhantes a produtos disponíveis no mercado interno, mas contam com aspectos que necessitam de atenção. 

Em geral são ativos em dólar ou na moeda local do país emissor do bond. Bond é uma expressão em inglês que pode ser traduzida como “obrigação”, no caso dos investimentos.

No Brasil, os títulos emitidos por empresas são conhecidos como debêntures. Já os bonds emitidos pelo governo brasileiro podem ser encontrados no Tesouro Direto. 

Entretanto, os bonds são mais comuns no exterior, principalmente em países desenvolvidos como os Estados Unidos, o Reino Unido e a Alemanha.

Como funcionam os bonds

Um bond é um título de crédito e serve para que o emissor possa captar valores. A mecânica é bem parecida com os investimentos tradicionais de renda fixa. 

Os recursos são obtidos por meio dos aportes feitos pelos investidores, recebendo um retorno sobre o valor aplicado. Os ganhos dependem da taxa de juro oferecida ou acordada com o emissor. 

No entanto, a remuneração também pode acontecer de forma antecipada. Chamados de coupon rates, os bonds possuem uma data de vencimento. 

Usando como exemplo os bonds norte-americanos, o dinheiro é emprestado para empresas ou para o próprio Governo do país. Eles costumam ser prefixados ou atrelados à taxa de juros da economia ao qual se referem.

Há, ainda, os bonds de resgate apenas no vencimento e os que permitem converter o título em ações.

Outra característica importante é de que os bonds possuem um valor de face, que é o montante recebido pelo investidor na data do vencimento do título. 

Além disso, também possuem um valor de compra, que é o valor pago pelo investidor na emissão ou no mercado secundário.

A diferença entre eles é a rentabilidade que o investidor terá com o ativo. Por exemplo, se o título tem o valor de face de R$ 1000, valor de compra de R$ 900 e vencimento de um ano, o investidor está recebendo 11,11% de juros nesse período, chamados de títulos prefixados. 

Já os que têm rentabilidade atrelada aos juros, seja subindo ou descendo de acordo com a variação no país emissor, são considerados títulos pós-fixados. 

Vantagens e riscos de investir em bonds

Os bonds podem oferecer algumas vantagens. Por serem de renda fixa, naturalmente já oferecem um baixo risco. 
Além disso, também apresentam boa liquidez, rendimento de juros semestrais e outras características que atendam às suas necessidades.

Os bonds são uma forma mais segura de se investir fora do Brasil. Em vez de assumir os riscos ligados a ações, por exemplo, essa modalidade te oferece um retorno mais seguro e previsível. 

Com isso, esse investimento em um mercado diferenciado proporciona uma diversificação da carteira. Pode ser, inclusive, uma forma de dolarizar a carteira.

Em contrapartida, existem alguns riscos que devem ser analisados antes de o investidor tomar qualquer decisão. 

O principal deles é o risco de crédito, que existe em relação à probabilidade do emissor não conseguir realizar o pagamento.

Vale lembrar que, no caso dos títulos de renda fixa do Brasil, alguns contam com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), dentro do limite previsto. 

No entanto, no caso dos bonds internacionais não há essa cobertura da entidade. Alguns até podem apresentar garantias, mas não é sempre, por isso é importante avaliar as informações do título. 

Já no caso dos bonds emitidos por empresas, o cuidado deve ser um pouco maior, pois há o risco de calote por parte da companhia que emitiu o título de dívida.

Tipos de bonds

Existem tipos de bonds como o “coupon”, que pagam juros semestralmente ou anualmente. Há também o “zero-coupon”, que remuneram o investidor apenas no vencimento. 

O “convertible”, como são chamados os corporate bonds, que possuem uma opção de conversão do título em ação da empresa. 

Já os “Government Bonds” são títulos emitidos pelo governo nacional (ou federal) de um país, mas que também podem ser emitidos por níveis mais baixos de governo.

Os bonds emitidos pelo governo norte-americano ainda se dividem em três tipos, de acordo com o seu vencimento. São eles: T-Bills, com vencimento em até um ano; T-Notes, com vencimento entre dois e 10 anos; T-Bonds, com vencimento entre 10 e 30 anos. 

Além deles, têm os que possuem a opção de serem recomprados pela empresa antes do vencimento, chamados “Callable”, e em geral possuem um prêmio por essa vantagem dada a empresa.
Por fim, outros bonds têm a opção de venda obrigatória para a empresa, chamados “Putable”, que dão mais segurança aos aos credores caso queiram vender os títulos em momentos de dificuldade.

Como investir internacionalmente no Brasil

Há formas de se investir em bonds sem sair do país ou, sequer, precisar ter conta no exterior ou realizar câmbio. Um desses exemplos são os BDRs (brazilian depositary receipts) ou certificados de depósito em valores mobiliários. 
São criados por instituições intermediárias, que adquirem os ativos no mercado externo, emitem o certificado com lastro neles e o negociam no mercado nacional. 

Com esse tipo de investimento será possível investir em bonds e ter seus resultados. No entanto, é necessário se precaver, já que mesmo envolvendo títulos de renda fixa, os BDRs são negociados na bolsa de valores.

Outra possibilidade de se investir internacionalmente estando no Brasil é por meio de ETFs que foquem em bonds. Para fazer o investimento, é preciso abrir uma conta em um banco de investimentos e acessar o home broker.

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