Sigla para Índice Geral de Preços – Mercado, o IGP-M é responsável por calcular a movimentação de preços na economia. Seu propósito básico é monitorar mudanças no valor da moeda brasileira e nas variações dos preços, fazendo uma medição do patamar de inflação no país.
Também chamada de inflação do aluguel, o IGP-M é utilizado como referência para os reajustes de preço, como no valor da energia elétrica e do preço de aluguel, além de outros serviços essenciais para a população.
O índice é calculado e divulgado mensalmente pelo IBRE/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) e era usado como indexador em contratos de aluguel, por isso acabou sendo conhecido como inflação do aluguel.
Ele compõe uma “família” de índices criada no final dos anos 1940 para medir a movimentação dos preços no país em diferentes atividades – e em etapas distintas do processo produtivo.
Como calcular o IGP-M?
Esse índice é formado pelo IPA-M (Índice de Preços por Atacado – Mercado), IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado) e INCC-M (Índice Nacional do Custo da Construção – Mercado), com pesos de 60%, 30% e 10%, respectivamente. A pesquisa de preços é feita entre o dia 21 do mês anterior até o dia 20 do mês atual.
– IPA (Índice de preços ao Produtor Amplo): criado em 1947, o IPA levava o nome de Índice de Preços por Atacado. A partir de abril de 2010, contudo, seu nome mudou: saiu “atacado” e entrou “amplo”.
Contudo, sua função permaneceu a mesma: registrar as variações de preços de produtos agropecuários e industriais em comercializações que acontecem antes da venda ao consumidor final. Esse índice também é calculado pela FGV.
– IPC (Índice de Preços ao Consumidor): é usado principalmente para avaliação do poder de compra do consumidor. Também medido pela FGV, o indicador mede a variação de um conjunto fixo de bens e serviços que, geralmente, fazem parte da rotina de famílias brasileiras com renda média mensal entre 1 e 33 salários mínimos.
A pesquisa de preços que gera este índice é feita diariamente em sete capitais do Brasil: Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Os bens e serviços que integram a amostra foram classificados em oito classes de despesas, 25 subgrupos, 85 itens e 338 subitens. As classes de despesas são: alimentação, habitação, vestuário, saúde e cuidados pessoais, educação, leitura e recreação, transportes, despesas diversas e comunicação.
– INCC (Índice Nacional de Custo da Construção): também calculado pela FGV, ele avalia o custo de construção de habitações no país, incluindo materiais e mão de obra. Este foi o primeiro índice deste tipo e, quando foi criado, na década de 1950, limitava sua abrangência à cidade do Rio de Janeiro.
Anos depois, passou a ser calculado com base na evolução do custo da construção civil nas mesmas sete capitais brasileiras onde são colhidos os dados para o cálculo do IPC.
Família do IGP
O IGP-M faz parte de uma “família” que é composta também pelo IGP-10 e o IGP-DI. Os resultados de cada um desses índices é levantado em diferentes períodos, dando origem a índices diferentes.
Quando o período de coleta de dados é realizado entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência, o índice resultado da operação é o IGP-10.
Já o IGP-DI é calculado em cima das informações referentes ao 1º e último dia do mês de referência.
O que é IGPM acumulado?
O acumulado do Índice Geral de Preços do Mercado é o balanço anual do índice. Ou seja, ele corresponde a média dos valores do IGP-M divulgados nos últimos 12 meses. Ele é utilizado como indicador para reajustes nos valores de aluguel na época prevista pelos contratos.
IGP-M x IPCA
Dois indicadores de inflação, ambos servem para medir a flutuação dos preços e o custo de vida da população. Mas quais são as diferenças entre eles?
A principal diferença entre eles é que o IPCA, o índice mais conhecido para medir a inflação no Brasil, considera, principalmente, a variação de preços para o consumidor final, o IGP-M considera também a variação de preços nos estágios de produção.
Além disso, diferente do IGP-M, o IPCA fica sob responsabilidade do IBGE. No IPCA, são acompanhados cerca de 350 produtos e serviços, enquanto que, no IGP-M, há em torno de 1.400 itens
IGP-M nos investimentos
Entre 2002 e 2006, o Tesouro Direto oferecia um título com características muito particulares: o Tesouro IGPM+. Isso quer dizer que a rentabilidade desse título é atrelada ao indicador. Porém, ele não está mais disponível para investidores.
Dessa forma, quem quiser investir pensando no IGP-M precisará buscar outras opções como LCIs e CRIs com a rentabilidade pós-fixada atrelada ao IGP-M, por meio de fundos de crédito privado que investem nos Títulos IGPM+ ou ainda por meio de fundos imobiliários de tijolos, já que boa parte dos inquilinos desses fundos pode ter que pagar o aluguel reajustado por este indicador.
O IGP-M ajuda os investidores que buscam proteção do poder de compra. Por levar em conta as movimentações de preços em todo o país, o índice influencia os investimentos dos brasileiros.
Quando o IGP-M é cotado para cima, há uma desvalorização do dinheiro, pois os preços sobem, mas os rendimentos — como os salários — não são corrigidos segundo a porcentagem da inflação.