Tão segura quanto a poupança, a letra de câmbio pode render bem mais e é também um tipo de investimento em renda fixa. Por ser emitida pelas financeiras, costuma apresentar rendimentos superiores a produtos mais tradicionais, como CDs, LCIs e LCAs.
Título de crédito, a letra de câmbio surgiu como um instrumento de câmbio entre moedas comerciantes. Atualmente, é ofertada por instituições financeiras e está disponível em versões prefixadas, pós-fixadas e híbridas.
O que é e como funciona a Letra de Câmbio
Como uma boa aplicação de renda fixa, o processo é muito parecido com as demais: o investidor empresta dinheiro, seja para o banco ou financeira, e em troca recebe o valor emprestado e mais uma remuneração em uma data definida no momento da aplicação.
O rendimento pode ser atrelado ao CDI ou combinado com uma taxa fixa mais o IPCA, por exemplo, 110% do CDI ou 4,0% + IPCA. A LC é considerada uma opção segura e com boa rentabilidade.
O prazo do investimento nas Letras de Câmbio varia bastante, mas costuma girar em torno de dois anos, podendo chegar até a sete anos. O ideal é que o investidor mantenha o ativo ao longo de todo o período para aumento os rendimentos no vencimento previsto.
A letra de câmbio tem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que serve como um seguro contra qualquer problema com a empresa que emitiu o título. Por exemplo, caso a financeira feche ou entre em falência, o investidor tem a garantiar de receber o dinheiro aplicado e mais o rendimento, com limite até R$ 250 mil.
Letra de Câmbio e os três tipos de investimentos
Por fazer parte da categoria de renda fixa, a letra de câmbio segue basicamente o mesmo padrão dos outros tipos de investimentos dessa modalidade. Existem as aplicações prefixadas, pós-fixadas e as híbridas.
Na prefixada, o investidor fica ciente da rentabilidade no momento da aplicação. Este ativo costuma ser indicado quando há perspectivas de queda nos juros da economia, pois os demais investimentos tendem a pagar retornos menores.
Outra vantagem dessa modalidade é se o investidor tiver o objetivo de resgatar um valor exato no futuro, por exemplo, aplicar para comprar um automóvel em um período projetado.
Por ter um valor definido, a rentabilidade não será alterada independente do andamento do país e da economia.
Na pós-fixada, as LCs possuem um rendimento que varia de acordo com o CDI. Assim, o investidor só saberá a rentabilidade real no vencimento. Porém, com simuladores, é possível ter uma noção do quanto o dinheiro irá render no período estipulado pelo vencimento.
De forma geral, se o indicador da sua letra de câmbio subir, os rendimentos também aumentam e vice-versa. Com isso, este investimento pode ser uma boa alternativa para objetivos em qualquer prazo, por exemplo, a aposentadoria, fazer um intercâmbio ou planejar o seu casamento.
Já a híbrida conta com as outras duas modalidades: prefixada e pós-fixada. Um exemplo é um investimento com 7% + IPCA. Na prática, esta letra de câmbio oferece uma remuneração fixa prefixada juntamente com a variação do IPCA.
Este investimento pode ser ideal para quem deseja manter o poder de compra no futuro e obter ganhos reais sobre a inflação.
Letras de câmbio possuem riscos?
O risco desse tipo de investimento é baixo. Isso ocorre pois, mesmo em caso de falência da instituição emissora do título, o investidor terá a devolução do dinheiro aplicado mais a remuneração do FGC.
Como mencionado anteriormente, o FGC garante a devolução do investimento até o limite de R$ 250 mil por CPF, por instituição financeira.
Além disso, o investidor pode também sempre avaliar o rating da instituição financeira que deseja aplicar o dinheiro. Quanto mais próxima de A+, menos arriscado será o ativo.
Vantagens das Letras de Câmbio
As letras de câmbio contam com alguns fatores que atuam ao seu favor. Esse tipo de investimento oferece rentabilidade atrativa com muita segurança, além de poder ser uma oportunidade de diversificação da carteira.
A principal desvantagem é não possuir opção com liquidez diária, como é possível ter em alguns CDBs e com o título Tesouro Selic.
Tributação das Letras de Câmbio
Esse tipo de investimento tem a mesma tributação regressiva dos CDBs e do Tesouro Direto. Por isso, quanto maior o tempo de investimento, menor será a alíquota a ser paga.
A tributação do Imposto de Renda da letra de câmbio funciona da seguinte forma: 22,5% sobre o lucro para investimentos de até 6 meses; 20% sobre o lucro para investimentos entre 6 meses e 1 ano;
17,5% sobre o lucro para investimentos entre 1 ano e 2 anos; 15% sobre o lucro para investimentos de mais de 2 anos.
Além do IR, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) também pode ser cobrado na letra de câmbio. Ele incide apenas sobre os rendimentos nos primeiros trinta dias da aplicação. Caso o investidor solicite o resgate durante este período, terá de arcar com este tributo. Do contrário, o IOF será totalmente devolvido.