Os papéis das Casas Bahia (BHIA3) e da Magazine Luiza (MGLU3) derreteram nesta terça-feira (2) no Ibovespa, liderando as perdas do indicador. Essa queda é influenciada pelas tensões referentes aos juros dos EUA, que devem afetar as varejistas.
Por volta das 15h28 (horário de Brasília), as ações do Grupo Casas Bahia (BHIA3) recuaram 1,30%, negociadas a R$ 6,85. Com uma queda ainda maior, no mesmo horário, os papéis da Magazine Luiza (MGLU3) registravam queda de 2,25%, a R$ 1,75.
As demais empresas do segmento também ficaram no vermelho devido às tensões no exterior.
“Desde ontem, tivemos um estresse maior nos juros dos EUA, o que impacta também as perspectivas de corte de juros no Brasil, já que dados mais fortes da economia americana e previsão menor de cortes pelo Federal Reserve (Fed) acabam impondo pressão sobre os juros aqui no país e empresas varejistas da Bolsa”, disse, ao “Suno”, o sócio da Fatorial Investimentos, Fábio Lemos.
Lemos acrescenta que os dados de vendas registraram quedas na Páscoa de 2024. Além disso, essa negativa foi somada à alta do petróleo e de outras commodities, como minério de ferro, que são inflacionárias.
“O governo disse ontem estar comprometido com quedas no preço de energia e alimentos, mas como achar espaço no orçamento para isso sem impactar o fiscal? Por isso, vemos desde ontem os juros longos mais estressados”, completou Lemos.
O ICVA (Índice Cielo de Varejo Ampliado) apontou que as vendas do varejo caíram 5% no Brasil no período da Páscoa deste ano em comparação com 2022. Segundo a companhia, os números representam os efeitos do calendário, pois a celebração ocorreu no final do mês, que é um período de poucos recursos para as famílias.
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Casas Bahia (BHIA3) não abrirá nenhuma loja pelo 2º ano seguido
O Grupo Casas Bahia (BHIA3), não abrirá novas lojas este ano. A empresa deve seguir na direção contrária e encerrar as atividades de mais 20 pontos de venda. Este é o segundo ano, em sequência, que a varejista não inaugura novos pontos.
No momento, a Casas Bahia tem 1.078 lojas, considerando as bandeiras do Grupo e do Ponto. Esse número, em 2022, chegava a 1.133. A redução das unidades trata-se de uma estratégia do plano de reestruturação para atrair novamente o lucro da companhia.
Contudo, a ideia enfrenta um cenário de dificuldades, com o negócio registrando prejuízo recorde no quarto trimestre de 2023, sob o valor de R$ 1 bilhão. As perdas do ano foram de R$ 2,6 bilhões, em torno de 8 vezes maiores que as reportadas em 2022, em R$ 342 milhões, de acordo com a Folha de S. Paulo.