Durante assembleia geral ordinária realizada pelos acionistas da Americanas (AMER3) nesta quarta-feira (11), foi aprovado, por maioria, a abertura de ação de responsabilidade civil contra os ex-executivos envolvidos na fraude contábil revelada em janeiro de 2023.
Miguel Gomes Gutierrez, Anna Christina Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, são os alvos da ação. Além dos prejuízos com as fraudes houve também outros “atos ilícitos praticados” durante o exercício social terminado em 31 de dezembro de 2022.
O resultado da assembleia da Americanas computou 139,8 milhões de votos a favor, outros 6,8 mil votos contrários e 5,4 mil abstenções. O mapa da votação ainda não foi publicado.
Anteriormente, as contas dos ex-administradores, relativas ao período encerrado em 31 de dezembro de 2022, foram rejeitadas, com 49,4 milhões de votos a favor, outros 594,2 mil contrários e 89,9 milhões de abstenções, incluindo os legalmente impedidos, sem reservas ou ressalvas, segundo o “Valor”.
Em paralelo a essa pauta, a maioria dos acionistas da Americanas também aprovou as contas finalizadas em 31 de dezembro de 2023, já quando os ex-diretores haviam deixado a empresa.
Um relatório de administração, sem ressalvas da BDO RCS Auditores Independentes, do relatório do parecer do conselho fiscal e do relatório do comitê de auditoria estatutário, acompanhou as demonstrações foram acompanhadas do relatório da administração. A apuração calculou um prejuízo de R$ 2,2 bilhões no período.
Americanas: CVM vai julgar ex-executivos pela primeira vez
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) vai julgar pela primeira vez o ex-diretor presidente e o ex-diretor de relações com investidores das Americanas, Sergio Rial e João Guerra, respectivamente. O julgamento ocorre nesta terça-feira (3), a partir das 14h, com relatoria do diretor Daniel Maeda, informou o “Valor Econômico”.
Rial é acusado de divulgar informações relevantes até então desconhecidas e expor números da dívida das Americanas de maneira incompleta e inconsistente durante teleconferência da companhia em 11 de janeiro de 2023. Enquanto isso, Guerra é acusado de não divulgar fato relevante com as informações reveladas na reunião.
A CVM recusou uma proposta de termo de compromisso oferecida pelos ex-executivos em março de 2024, em que Rial sugeriu o pagamento de R$ 1,28 milhão e Guerra de R$ 600 mil.