Através de fato relevante divulgado na terça-feira (16), a Americanas (AMER3) informou que recebeu as conclusões do trabalho de investigação do Comitê Independente criado para apurar o rombo na empresa e que a fraude contábil foi confirmada.
“As evidências apresentadas pelo Comitê confirmam a existência de fraude contábil, caracterizada, principalmente, por lançamentos indevidos na conta Fornecedores, por meio de contratos fictícios de VPC (verbas de propaganda cooperada) e por operações financeiras conhecidas como “risco sacado”, dentre outras operações fraudulentas e incorretamente refletidas no balanço da Companhia”, destacou a varejista.
A Americanas (AMER3) reiterou que os responsáveis por orquestrar os golpes não fazem mais parte dos quadros da empresa e que a diretoria foi orientada a tomar as “providências necessárias para a comunicação às autoridades competentes”.
A fraude contábil – já identificada como a maior da história do Brasil – foi comunicada no ano passado.
Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, ex-CEO das Lojas Americanas, junto com a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali e outros ex-executivos foram acusados de atuarem em esquema de manipulação dos balanços para ocultar a situação financeira da varejista.
O resultado foi um rombo de aproximadamente R$ 20 bilhões, enquanto a dívida total da empresa em recuperação judicial é de R$ 40 bilhões.
No último dia 11, o procurador José Maria Panoeiro, que conduz a investigação sobre a fraude, requisitou ao juiz federal Márcio Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, a extradição de Miguel Gutierrez, ex-CEO da empresa varejista e acusado de liderar o esquema.
Americanas (AMER3): acionista atinge fatia de 12,5% do total de ações
A Americanas (AMER3) anunciou que o acionista Inácio de Barros Melo Neto atingiu a fatia de 12,5% do total de ações ordinárias da empresa. Melo Neto possui 113 milhões de ações ordinárias (ON) da varejista.
O investidor disse que não pretende alterar a estrutura acionária ou de controle da companhia, mas obter lucros em uma futura venda.
A Americanas divulgou no início de julho que seus acionistas de referência – os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – e afiliados deles passariam a deter 49,2% do capital social da companhia após um aumento de capital.
Até meados de fevereiro de 2023, a empresa informava que o trio detinha 30,12% das ações da Americanas, equivalente a 271.834.960 de papéis.