Americanas (AMER3): CPI determina condução coercitiva de ex-diretor

Márcio Cruz Meirelles não compareceu para prestar depoimento na sessão da CPI que investiga a fraude fiscal da Americanas

O ex-diretor das Americanas (AMER3), Márcio Cruz Meirelles, não compareceu para prestar depoimento na sessão da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga a fraude fiscal de mais de R$ 20 bilhões da varejista que foi exposto ao público no início do ano. 

A ausência do executivo irritou o presidente da CPI, deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE). Ribeiro determinou a condução coercitiva do ex-diretor.

“Não iremos aceitar qualquer tipo de desrespeito ao trabalho deste Parlamento, ao trabalho desta CPI. Autorizo a Secretaria da Mesa a tomar providências necessárias para condução coercitiva”. Na condução coercitiva, é autorizada a utilização de força policial para o depoente convocado comparecer.

Outro ex-diretor das Americanas, José Timotheo de Barros, que comandava as áreas de Lojas Físicas, Logística e Tecnologia, compareceu à sessão. No entanto, informou ter conseguido, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), o direito de ficar em silêncio. A convocação dos ex-diretores foi feitas pelo relator da CPI, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC).

Chiodini também pediu, na última segunda-feira (7), acesso aos documentos das investigações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM ) e do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro. A ideia é se informar melhor sobre as inconsistências contábeis bilionárias que levaram a varejista para a recuperação judicial.

Americanas: ex-CEO sugere querer falar de Sicupira à CPI

O ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, indicou que quer falar sobre Alberto Sicupira, um dos principais acionistas da varejista. Segundo a coluna de Lauro Jardim do jornal “O Globo”, o executivo encaminhou uma petição na tarde de segunda-feira (7) à CPI  para que seja convocado para depor novamente “com maior celeridade”. 

Conforme a publicação, Gutierrez diz que quer ser ouvido “na primeira oportunidade”, mas por videoconferência, pois está no exterior impossibilitado de viajar de avião. E, ao contrário do pedido que fez à CPI na semana passada, afirma que aceita depor em sessão aberta — e não mais em sessão reservada.

Gutierrez deveria ter dado o seu depoimento aos deputados na terça-feira passada mas, na véspera, apresentou um atestado médico. Alegou que foi acometido por uma “complicação renal”, na Espanha, onde se encontra atualmente. 

Na petição, os advogados de Gutierrez afirmam que o executivo “se dispõe a compartilhar informações para a melhor investigação e compreensão dos fatos” e insinua que quer falar sobre Sicupira:

“Corroborando com a compreensão da relevância da oitiva, ressalta-se o pronunciamento da deputada Fernanda Melchionna, na sessão de 1º de agosto, durante questionamentos feitos a Fábio Abrate (ex-diretor financeiro da Americanas): “Nós sabemos que o Miguel Gutierrez, certamente, não caiu lá de paraquedas, e que era muito, muito, relacionado com o Sicupira”.

Acesse a versão completa
Sair da versão mobile