Mercado

Americanas (AMER3) ganhará quase R$ 200 mi de Vibra (VBBR3)

No termo, está prevista a devolução das atividades comerciais das lojas de pequeno varejo aos acionistas originais

A Vibra Energia (VBBR3) firmou nesta quarta-feira (23) um contrato de encerramento que marca o fim da parceria com a Americanas (AMER3). O termo formaliza a sua saída do quadro societário da Vem Conveniência.

Desse modo, no termo de encerramento, está prevista a devolução das atividades comerciais das lojas de pequeno varejo aos acionistas originais. Isto é, as lojas locais voltam para a Americanas e a BR Mania retorna para a Vibra.

De acordo com a Vibra, considerando que os negócios não apresentam igualdade de volume dentro da participação equitativa da Vem Conveniência, conforme estipulado no contrato tanto para a criação quanto para a dissolução, será necessário um componente financeiro, representando o pagamento de R$ 192 milhões à Americanas, a fim de equalizar a diferença no valor dos negócios O objetivo de nivelar a discrepância nos valores das atividades comerciais.

Nesse sentido, a Vibra informou que a BR Mania será aportada em uma nova empresa com capital 100% pertencente à companhia. Sendo assim, a empresa incorporará a marca Vem Conveniência.

“Com a nova sociedade detentora das lojas BR Mania como uma subsidiária independente, a Vibra esperar prosseguir com o crescimento já verificado e desenvolver ainda mais o seu negócio de conveniência, como parte indispensável na sua proposta de valor para a revenda e consumidores de sua rede de postos”, comentou a companhia.

Ex-CEO diz que rombo foi ‘soco no estômago’

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Americanas (AMER3), na Câmara dos Deputados, começou a ouvir nesta terça-feira (22) o depoimento do ex-CEO da empresa Sergio Rial, que revelou a fraude contábil da empresa. Ele relatou a surpresa que teve ao saber do rombo bilionário na companhia.

“No dia 4 de janeiro, dois diretores (Timoteo Barros e Ana Saicali) vieram pra mim, havia um desconforto em explicar o que tinha acontecido. Achava que fosse dívida bancária. Foi quando os diretores me disseram que a dívida não foi reportada. A empresa tinha um patrimônio de R$ 16 bilhões e uma dívida de R$ 36 bilhões. Foi um soco no estômago. Informei os departamentos necessários e comecei as diligências”, disse.

De acordo com Rial, o acionista Beto Sicupira estava na sala de reunião no momento da revelação. O acionista foi quem convidou Sérgio Rial para ser CEO da Americanas. O executivo disse que ele ficou com o ônus de ter que revelar o problema ao país.

“Depois de meses, tudo ficou mais claro. A dívida bancária era um pedaço de algo maior, que será comprovado pelas autoridades. Ficou comigo o ônus de reportar algo dessa magnitude de uma empresa de 90 anos”, afirmou Rial.