Os ex-CEOs da Americanas (AMER3) irão precisar prestar depoimento ao Tribunal de Justiça de São Paulo, que aceitou na última segunda-feira (20) uma ação do Bradesco (BBDC4) contra a varejista. Os depoimentos de Miguel Gutierrez, Sérgio Rial e do ex-diretor financeiro André Covre estão marcados para 27 de abril.
As declarações serão colhidas presencialmente, na sede do Tribunal, no centro da capital paulista. Gutierrez já depôs no caso, mas para a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que abriu vários processos para investigar o rombo contábil de R$ 20 bilhões da Americanas.
Ao autorizar a produção antecipada de provas na ação do Bradesco, a juíza Andréa Galhardo Palma, da 2.ª Vara Regional de Competência Empresarial de Conflitos Relacionados à Arbitragem, determinou que eventuais provas sejam compartilhadas com a CVM.
Ainda de acordo com a magistrada, os depoimentos dos ex-executivos da Americanas serão úteis porque vão facilitar “o esclarecimento da verdade dos fatos alegados na (petição) inicial, além de direcionar/delimitar com maior eficiência a produção da prova pericial anteriormente deferida”.
Americanas (AMER3) entrega plano de recuperação judicial
A Americanas (AMER3) apresentou seu plano de recuperação judicial para a Justiça do Rio de Janeiro na última segunda-feira (20). A rede varejista tem dívidas de R$ 42,482 bilhões e 9.462 credores. O plano que foi entregue na 4ª Vara Empresarial do Rio inclui um aporte de R$ 10 bilhões, que será feito por Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, acionistas de referência da empresa.
Entre as propostas da Americanas está a venda de uma aeronave da empresa avaliada em mais de R$ 40 milhões e a unidade de negócios Hortifruti Natural da Terra e da participação no Grupo Uni.Co, que inclui empresas como a Imaginarium.
Outro ponto que a empresa se comprometeu no documento foi de pagar os mais de nove mil credores em até 30 dias após a homologação do plano de recuperação judicial.
Para os credores, como fornecedores e financeiros, os prazos variam de acordo com o saldo a pagar, podendo chegar a março de 2043 para aqueles que não optarem pelas alternativas expostas pelo plano de recuperação judicial. A Americanas informou que o plano está sujeito a revisões e ajustes.