A saída de capital estrangeiro da B3 (B3SA3) no primeiro semestre deste ano (1S24) já é a mais intensa desde 2020, ano da pandemia de Covid-19.
A expectativa é que o fluxo negativo continue pelo menos nos próximos dois meses, devido à ausência de um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) e à deterioração fiscal no Brasil, que reduz a atratividade dos investimentos no País.
Até quinta-feira (27), os investidores estrangeiros retiraram R$ 6,546 bilhões da B3, marcando o pior mês de junho na série histórica compilada pelo Broadcast desde 2007. Com isso, o saldo negativo acumulado no ano atinge R$ 42,438 bilhões.
Esta é a saída de capital mais intensa desde o primeiro semestre de 2020, quando foi registrado um fluxo negativo de R$ 73,679 bilhões no mesmo período comparativo.
B3: estrangeiros retiram quase tudo que investiram em 2023
Os saques dos investidores estrangeiros na B3, Bolsa de Valores Brasileira, apenas no mês de junho, já somam R$ 4,14 bilhões em ações não listadas. No montante acumulado este ano, os resgates já chegam a R$ 40,04 bilhões, quase o total que o grupo investiu no decorrer de 2023, cerca de R$ 45 bilhões.
A tendência é que as saídas de recursos desses investidores na B3 se intensifiquem ainda mais. Isto considerando os rumores sobre desgaste e ataques do Planalto ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
O mercado especula uma possível saída do mandatário, o que pode piorar a reação da categoria, se de fato ocorrer, de acordo com o “Valor”.
Em paralelo a isso, os investidores institucionais aportaram cerca de R$ 769,6 milhões na terça-feira (11), gerando um superávit mensal de R$ 1,93 bilhão e superávit anual de R$ 5,06 bilhões.
Os saques do investidor individual somaram R$ 30,4 milhões, também na sessão de terça-feira. Sendo assim, o superávit mensal nessa categoria chegou a R$ 1,66 bilhão, ao passo que o superávit anual alcançou R$ 20,86 bilhões.