Barsi aponta expectativas para dividendos em 2023 e abre carteira

Em entrevista, o megainvestidor Luiz Barsi apontou suas perspectivas quanto ao futuro dos dividendos no País

O economista e advogado Luiz Barsi Filho é conhecido como o maior investidor pessoa física do Brasil. Em entrevista ao “E-Investidor”, o megainvestidor apontou suas perspectivas quanto ao futuro dos dividendos no País e deu dicas de como uma pessoa física pode tentar seguir a sua estratégia financeira.

Sobre o pagamento de proventos durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Barsi disse que acredita que “não haverá nenhuma alteração nos prognósticos” para a distribuição, mesmo com as sinalizações negativas do presidente eleito. Ainda durante a campanha eleitoral, o petista já dizia que a taxação de dividendos estava nos planos. 

Com esse cenário, Barsi apontou que o investidor pode precisar contribuir um pouco mais com o governo, se porventura for tributado. Para ele, a esperança é que a tributação não seja muito corrosiva, de 30% a 40%, mas algo em torno de 15%.

“O dividendo já é tributado no IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) antes de virar remuneração aos acionistas, já que o valor é uma parcela do lucro de uma empresa”, disse. Por isso, Barsi acredita que a taxação pode desencadear em uma bitributação. “É preciso ficar de olho se não haverá uma mudança na Constituição Federal quanto às possibilidades de mais de uma tributação”, apontou.

De todo modo, Barsi afirma que as empresas vão continuar distribuindo dividendos porque a remuneração está no estatuto das companhias e é uma obrigação. “Desde que dê lucro, vão distribuir”, afirmou em entrevista. 

De Banco do Brasil a Paranapanema: a carteira de Luiz Barsi

Ainda em entrevista ao “E-Investidor”, Barsi informou que sua carteira é composta, atualmente, pelos seguintes papéis: Banco do Brasil (BBAS3); IRB Brasil (IRBR3); Klabin (KLBN11); Suzano (SUZB3); Unipar (UNIP6); Taurus Armas (TASA4); Isa Cteep (TRPL4); Taesa (TAEE11); Paranapanema (PMAM3); e Cemig (CMIG4).

Algumas escolhas de Barsi, no entanto, não são consenso no mercado. Entre exemplos estão a Paranapanema, que viu as ações caírem mais de 20% no dia 1 de dezembro, o IRB Brasil, que caiu 82,59% no ano, e a Suzano, que perdeu 10,13% no mesmo período. Na entrevista, Barsi não argumentou sobre as escolhas de todas as ações, mas disse que os papéis podem levá-lo a ficar mais rico nos próximos anos. 

Ainda, o megainvestidor apontou que a melhor forma de operar na Bolsa é visando o médio e longo prazos, e não como trader. Segundo Barsi, todos os traders perderam dinheiro, “ou pelo menos a grande maioria”, alertou.