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Bradesco (BBDC4) pede manutenção de ação contra Americanas (AMER3)

Banco alega que não possui relações de parceria técnica ou algo do gênero com a Kroll

O Bradesco (BBDC4) pediu ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que reconsidere a suspensão da ação do banco contra a Americanas (AMER3), após a varejista questionar a imparcialidade da consultoria Kroll. A suspensão foi determinada na quarta-feira (13).

O Broadcast/Estadão teve acesso a manifestação do escritório Warde Advogados, que representa o banco na ação, afirma que nem o Bradesco e nem o Warde possuem relações de parceria técnica ou algo do gênero com a Kroll.

A Americanas alegou que a Kroll atua em conjunto com o Warde no caso envolvendo os fundadores do site de comércio eletrônico Kabum, a Magazine Luiza e o Itaú BBA. Também disse que a consultoria foi contratada por um grupo de credores para atuar na própria recuperação judicial da Americanas. Estes fatores, de acordo com a defesa da rede, levantam questionamentos sobre a parcialidade da Kroll.

O Warde afirma, na manifestação enviada ao TJ-SP, que os serviços da Kroll no caso Kabum não foram contratados pelo escritório, e que o relatório da consultoria estava pronto quando a banca foi contratada pelos fundadores da Kabum, neste ano.

“Quanto à segunda alegação, o peticionário nada pode afirmar peremptoriamente, pois só a Kroll poderá elucidar essa acusação, mas, considerando que o Bradesco é um dos maiores credores da Americanas, e que ele não participou e nem ouviu falar de qualquer movimento de contratação da Kroll para o que fosse, tudo indica se tratar de outra aleivosia despudorada”, alega a peça.

A defesa do Bradesco afirma ainda que a Americanas tenta proteger os conselheiros e os acionistas de referência da rede ao impedir a produção antecipada de provas. Segundo os advogados, o pedido da companhia e sua divulgação à imprensa ocorreram após a Microsoft, que ficou responsável por fornecer e-mails da Americanas ao perito, ter concluído o repasse das mensagens.

Os advogados também alegam que os depoimentos do ex-CEO Miguel Gutierrez e documentos internos divulgados nas últimas semanas mostram que os conselheiros e os principais acionistas tinham participação ativa na gestão da companhia, e que sabiam desde o ano passado que a empresa precisaria de um aporte de capital.

A ação do Bradesco tenta produzir provas antecipadamente sobre o que levou às fraudes contábeis na companhia, com o apontamento dos responsáveis. Essa disputa judicial tem se dado de modo paralelo às negociações financeiras, como mostrou a Coluna do Broadcast na quarta-feira, das quais o banco tem participado. Ontem, em nota, o Bradesco afirmou ter interesse no sucesso da recuperação judicial da Americanas.

Mais 287 demissões e cinco lojas fechadas

A Americanas emitiu comunicado na quarta-feira (13) informando o resultado do relatório semanal correspondente ao período entre os dias 4 e 10 de setembro.

A varejista reportou que nessa janela de tempo demitiu 287 funcionários e admitiu outros 217. Segundo a companhia, as demissões incluem desligamentos voluntários, que corresponderam a 140 registros. A empresa declara que conta com um número total de 34.380 empregados sob o regime CLTs.

Ainda de acordo com a Americanas, o número absoluto de desligamentos permanece em linha com os períodos anteriores à decretação da recuperação judicial.

“Seu quadro de funcionários é sazonal por natureza, variando conforme oscilações do mercado de varejo e com picos nas épocas de datas comemorativas, como Páscoa, Black Friday e Natal”, afirmou no comunicado.

Durante o período houve o encerramento das atividades de cinco lojas da companhia. O número total de lojas hoje é de 1.789, correspondente a 95,0% do período anterior ao deferimento da recuperação judicial.

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