O Brasil pode ter uma nova “janela de oportunidade” no aumento de exportações de petróleo para a China, após o país asiático decidir impor tarifas de 10% sobre as importações de petróleo bruto dos EUA, disse o presidente do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo) nesta terça-feira (04).
Com uma média de 720.000 barris por dia, o Brasil foi o sétimo maior fornecedor de petróleo para a China no ano passado, de acordo com dados da StoneX até setembro.
“Pode acontecer realmente um incremento”, disse Roberto Ardenghy, do IBP, que representa as petroleiras no Brasil, segundo a “Reuters”.
A Petrobras exportou cerca de 30% de sua produção de petróleo da Petrobras para China no quarto trimestre do ano passado, disse a empresa na segunda-feira (3), ante 44% no mesmo período de 2023.
As tarifas criam uma “assimetria de mercado” que pode levar ao aumento das vendas “oportunisticamente” para a Petrobras na China, conforme análise do diretor de Logística Comercialização e Mercados da estatal, Claudio Schlosser, de acordo com o veículo.
Mas a mudança não é estrutural e pode ser revertida, observou ele.
Como o Brasil e a América Latina podem reagir às retaliações de Trump
A partir deste sábado (1º), produtos do México, Canadá e China estarão sujeitos a novas tarifas impostas pelos EUA, conforme anúncio do presidente Donald Trump.
As tarifas para o México e o Canadá serão de 25%, enquanto as importações da China terão uma taxa de 10%.
No entanto, o petróleo canadense terá uma taxa reduzida de 10%, com sua implementação prevista apenas para o dia 18 de fevereiro.
Trump também indicou que pretende aplicar tarifas à União Europeia no futuro, alegando que o bloco não tem tratado os EUA de maneira justa.
Especialistas afirmam que essas medidas de Trump, assim como a recente disputa com a Colômbia sobre deportações, demonstram que os países precisarão atender às exigências dos EUA, ou enfrentar as consequências.