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Campos Neto: cortes de 0,50 p.p. da Selic são ritmo apropriado 

Na visão do presidente do BC, a inflação “está indo para o caminho correto”

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantém a avaliação de que a redução da taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual a cada reunião é a abordagem mais adequada. 

“A gente entende que o meio por cento é um ritmo apropriado hoje dadas as condições”, reforçou Campos Neto, ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, exibido na madrugada desta terça-feira (3).

Na visão do presidente do BC, a inflação “está indo para o caminho correto”. Campos Neto ainda explicou o que são os núcleos de inflação e a importância dessa medida para se saber a tendência estrutural dos preços. “No Copom, a decisão não é só sobre o que se vai fazer, mas também o que comunicar como próximos passos”, disse. Ainda salientou que vários tipos de modelo são analisados.

Arcabouço fiscal e meta de 2024

Nesse sentido, ao comentar sobre a meta do Ministério da Fazenda de zerar o déficit primário no ano que vem, Campos Neto afirmou que se trata de uma “parte delicada” da economia, porque o Brasil é um país que conta com aumento da dívida “há bastante tempo”.

Ainda recordou que, no período de pandemia, esse aumento se tornou um caso universal, isso porque, os formuladores de políticas públicas estavam preocupados em evitar uma depressão. Numa ação conjunta, políticos e bancos centrais atuaram tanto na parte fiscal quanto na monetária para evitar um colapso econômico.

“Esse ato combinado teve uma coisa boa, pois fez com que a depressão não existisse, mas o outro lado da moeda é que se deixou uma conta muito grande para pagar”, refletiu. “Na ida, a coordenação foi muito fácil, mas na volta não está tão fácil, pois há um distanciamento do interesse político com o interesse monetário”, disse Campos Neto, acrescentando que os BCs estão aumentando os juros, mas os países estão com dificuldade de fazer ajustes de gastos.