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Criptomoeda: número de investidores no Brasil avança 22 vezes em 4 anos

A movimentação mensal de criptomoedas está na casa dos R$ 18 bilhões e o criptoativo mais usado em território nacional é a stablecoin Tether (USDT)

Nos últimos quatro anos, o número de investidores em criptomoedas no Brasil aumentou significativamente, crescendo 22 vezes. Conforme dados da Receita Federal, em julho de 2023, 4,1 milhões de pessoas físicas reportaram realizar operações com ativos digitais, sendo este o dado mais recente disponível.

Para contextualizar, o número total de investidores na B3, a Bolsa de Valores brasileira, é de 6,2 milhões de contas. Isso indica que as criptomoedas têm atraído uma parcela substancial de investidores que optam por diversificar em renda variável.

O volume mensal de transações envolvendo criptomoedas atinge aproximadamente R$ 18 bilhões, sendo a stablecoin Tether (USDT) a criptomoeda mais utilizada no território brasileiro. As stablecoins, ou moedas estáveis, diferentemente de outros criptoativos, geralmente mantêm uma paridade com uma moeda fiduciária, uma cesta de moedas ou outros ativos, ampliando suas possibilidades de utilização como meio de pagamento.

EUA: CVM americana aprova ETFs de bitcoin 

A Securities and Exchange Commission (SEC), o equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nos Estados Unidos, deu o sinal verde nesta quarta-feira (10) para onze solicitações de gestoras que buscavam lançar Exchange Traded Funds (ETFs) de bitcoin à vista. A decisão aguardada há tempos pelo órgão regulador chegou nessa data limite.

A conta oficial da SEC no antigo Twitter, X, havia divulgado, na terça-feira (9), a aprovação dos pedidos. No entanto, Gary Gensler, presidente da autarquia, posteriormente desmentiu essa informação em uma postagem em seu próprio perfil. A notícia gerou impacto negativo no mercado de bitcoin, levando a criptomoeda a operar em queda de 1,33%, sendo negociada a US$ 45,5 mil no final da tarde.

O CEO da Binance, Richard Teng, uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo, também se posicionou sobre a novidade. “A aprovação marca um novo patamar de aceitação, maturidade e popularização do mercado de criptoativos, promovendo mais credibilidade à indústria e abrindo potencial para mais inovação”, destacou.

Ao mesmo tempo, mesmo com a aprovação, Gary Gensler, presidente da SEC, reforçou as preocupações da autarquia com a moeda. 

“Embora tenhamos aprovado hoje a listagem e negociação de certos ETFs de bitcoin à vista, não aprovamos nem endossamos o bitcoin. Os investidores devem permanecer cautelosos sobre os riscos associados à cripto e aos produtos cujos valores estão vinculado à criptografia”, disse.

Gensler acrescentou que, de forma simultânea, a Comissão está examinando mais 10 solicitações de gestoras. A intenção é estabelecer um ambiente de competição equitativa entre emissores, visando benefícios tanto para os investidores quanto para o mercado em sua totalidade.