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Fitch afirma rating do Itaú (ITUB4) e rebaixa Bradesco (BBDC4)

A Fitch reafirmou as notas de Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), ambas em BB+

A agência de classificação de risco Fitch fez uma avaliação das notas de dois gigantes do setor financeiro do País. A Fitch reafirmou as notas de Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), ambas em BB+.

Porém o Itaú foi mantido com perspectiva “estável”, enquanto a perspectiva do Bradesco foi rebaixada para “negativa”.

A agência justificou a perspectiva negativa do Bradesco argumentando que a avaliação reflete uma deterioração maior na qualidade e rentabilidade de seus ativos do que a agência esperava anteriormente. 

“O banco sofreu um aumento significativo na inadimplência de varejo, principalmente de empréstimos não garantidos no segmento de baixa renda. Isto pressionou ainda mais os índices de qualidade dos ativos, que já tinham sido afetados negativamente por um caso específico”, diz o relatório, se referindo à Americanas.

A Fitch reconhece que o bando busca resolver seus problemas, porém prevê que o ano que vem ainda seja um período de dificuldades. “O Bradesco já está tomando medidas significativas para melhorar seus índices. No entanto, a Fitch acredita que as despesas gerais do banco ainda aumentarão em 2024 e que os resultados relevantes da recuperação só começarão a ter efeito em 2025”.

No caso do Itaú, a agência afirma que uma eventual elevação dos ratings é limitada a um grau, devido à alta exposição do grupo ao Brasil, principalmente por meio de posições em títulos do governo, e à alta concentração de suas operações no país. “Os ratings refletem a franquia doméstica do grupo, líder em diversos segmentos. Isto sustenta um bom poder de precificação, diversificação de receitas e acesso a amplas e estáveis bases de depósitos. Os ratings também refletem adequadas reservas de capital e boa proteção da qualidade dos ativos por meio de fortes reservas de provisionamento”.

Fitch estipula rating do Brasil em ‘BB’, com perspectiva estável

A Fitch Ratings confirmou, no último dia 15, o rating soberano do Brasil em ‘BB’, com perspectiva estável. Em comunicado, a agência de classificação de risco escreveu que os ratings do Brasil são apoiados por sua economia grande, alta renda per capita e mercados domésticos profundos.

Além disso, a Fitch citou as finanças externas fortes, que apoiam a resiliência a choques, sustentadas por uma taxa de câmbio flexível, reservas internacionais robustas e uma posição de credor externo líquido soberano.

Apesar disso, a agência citou o que o Brasil possui um fraco potencial de crescimento econômico, pontuações de governança relativamente baixas, relação dívida pública/PIB elevada e crescente e rigidez orçamentária.

Na declaração desta sexta-feira (15), a Fitch também citou o amplo pragmatismo político do governo de Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro ano, avançando em medidas de aumento de receita e defendendo maiores investimentos por parte das estatais, mas sem uma política agressiva do passado.

Em contrapartida, a Fitch pontuou a deterioração fiscal em 2023, impulsionada por grandes aumentos de gastos relacionados à expansão dos benefícios sociais do Bolsa Família.