Pela primeira vez

BC autoriza FIDC a atuar como instituição financeira

Na prática, um fundo que antes precisava do banco para gerar a operação agora pode estruturar, conceder e distribuir crédito internamente.

Fachada Multiplike (Foto: (Divulgação/reprodução/Veja)
Fachada Multiplike (Foto: (Divulgação/reprodução/Veja)
A gestora Multiplike recebeu autorização do BC (Banco Central) para operar como Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI). A autorização não altera as operações já existentes de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios)  e securitizadoras, afirma a empresa.

Com essa mudança, os FIDCS ampliam sua presença no sistema financeiro. Se antes atuavam apenas como veículos de securitização, comprando recebíveis de bancos, financeiras ou empresas para repassar aos investidores, agora começam a assumir o papel de originadores de crédito. 

Na prática, um fundo que antes precisava do banco para gerar a operação agora pode estruturar, conceder e distribuir crédito internamente. O movimento não só amplia a lucratividade, como também posiciona os FIDCs para disputar espaço diretamente com os bancos, oferecendo crédito de ponta a ponta dentro de casa.

Muitas também oferecem cartões de crédito, seguros vinculados a financiamentos e serviços de cobrança.  Uma das únicas diferenças em relação aos bancos é que não podem oferecer conta-corrente ou atuar em todos os produtos bancários, concentrando-se exclusivamente em crédito e financiamento. 

“Esse reconhecimento do Banco Central reforça nossa capacidade de avançar em compliance, solidez e segurança no mercado, ao mesmo tempo em que nos permite atuar de forma mais direta no crédito”, afirma Volnei Eyng, CEO da Multiplike. A gestora administra atualmente um patrimônio líquido de R$ 3,7 bilhões e já estruturou mais de R$ 50 bilhões em créditos cedidos nos últimos anos. 

“Pretendemos integrar essa estrutura ao grupo econômico, visando aumentar a competitividade da Multiplike no mercado. Essa estratégia permitirá o crescimento do volume de negócios, a redução de custos e, consequentemente, vai aprimorar a experiência do cliente”, afirma Eyng.

Fundos sustentáveis crescem 48% em ano de COP30

Os fundos de investimento sustentável alcançaram um patrimônio líquido de R$ 36,8 bilhões em julho de 2025, uma alta de 48,4% em relação a dezembro de 2024 e de 89% frente ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

A captação líquida de quase R$ 8 bilhões neste ano já se aproxima do total registrado em 2024, de R$ 9,4 bilhões. O avanço também foi observado no número de contas, que saltou de 80,4 mil em dezembro para 149,8 mil no mês passado.

Apesar do ganho de tração, os fundos IS ainda representam apenas 0,37% do patrimônio líquido total da indústria de fundos, o que evidencia espaço para crescimento.