O FII (Fundo de Investimento Imobiliário) da Rio Bravo SHPH11 iniciou o processo de captação de até R$ 400 milhões na B3, com o objetivo de aumentar sua participação no Shopping Pátio Higienópolis, do qual já detém 25,7%. As informações são do “Broadcast+”.
A emissão foi aprovada em assembleia de cotistas na última sexta-feira (24) e inclui uma cláusula de “poison pill” (medida destinada à defesa contra ofertas hostis), que é inédita para este tipo de fundo, disse a sócia e diretora de investimentos imobiliários da Rio Bravo, Anita Scal, ao “Broadcast+”.
Com a captação, o SHPH11 pretende aumentar a participação no shopping para 40,46%. A decisão ocorre após a venda de 50,1% do estabelecimento pela Brookfield para um consórcio liderado pelo Iguatemi, que pagou R$ 2,5 bilhões pela fatia em dezembro de 2024.
Se o negócio se concretizar, o SHPH11 se tornaria o maior coproprietário individual do shopping.
A cláusula de “poison pill” tem o objetivo de fazer com que o FII permaneça monoativo, patrimonialista, focado em renda e sem possibilidade de mudanças abruptas em seu controle, disse Scal ao “Broadcast+”. Dessa forma, a cláusula também previne que o FII mude seu perfil de risco.
A inclusão de “poison pill” pode fazer com que outras instituições o setor imobiliário adotem a prática, segundo a sócia. Além disso, a medida seria uma resposta ao aumento da preocupação de investidores em proteger ativos de ofertas hostis, considerando a valorização de shoppings como ativo de investimento, disse ela ao “Broadcast+”.
Iguatemi compra Pátio Higienópolis e Pátio Paulista
O Iguatemi assinou memorando de entendimento vinculante para a compra de fatia dos shoppings Pátio Higienópolis e Pátio Paulista, em São Paulo, por R$ 2,58 bilhões. Os dois estabelecimentos pertencem à Brookfield no Brasil. A informação foi divulgada hoje pelo Iguatemi.
A negociação representa a segunda maior compra do setor brasileiro na história.
Esta é a segunda grande transação do Iguatemi dos últimos seis meses. A empresa comprou 16,6% do Rio Sul em julho, por R$ 360 milhões, primeiro negócio do Iguatemi no Rio de Janeiro.
Para comprar as participações em São Paulo, a companhia deve dar entrada de R$ 500 milhões, apurou o “Valor Econômico”. Por sua vez, o fundo de investimento BB Premium Malls, que tem parceria com o grupo, vai desembolsar R$ 800 milhões no projeto, que vão ser levantados no mercado.
Também devem participar da transação as gestoras XP Vista Asset, Capitânia Capital e BTG Pactual, de acordo com o Iguatemi.
O valor corrigido da transação é apenas menor que a compra do grupo Malzoni pela Brascan, em 2007, por R$ 1,5 bilhão (que em valores atuais seriam mais de R$ 4 bilhões), afirma o “Valor Econômico”.