As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) receberam recomendação de venda do Bank of America (BofA). Além disso, o banco norte-americano estipulou um preço-alvo de R$ 3,50 para a companhia.
Em relatório, a equipe do BofA escreveu que a rede de supermercados deve operar com prejuízo até 2027, apesar da cisão das operações da rede colombiana Éxito no mês passado.
Nos últimos meses, o GPA tem adotado uma série de iniciativas em busca de eficiência. Além da separação do Éxito, o grupo anunciou a venda de imóveis e a negociação da participação da empresa de comércio eletrônico CNova.
“Infelizmente, a alta estrutura de custos do GPA, a perda de escala e a concorrência continuam a pressionar os resultados”, disseram os analistas do BofA.
Segundo as estimativas do BofA, o grupo varejista alimentar irá conseguir levantar aproximadamente R$ 1 bilhão com a venda de ativos.
No entanto, a equipe do banco ainda lembra que uma parte relevante desse valor deve ser compensada por despesas com contingências trabalhistas.
Além disso, o GPA ainda possui R$ 16 bilhões em possíveis contingências fiscais não provisionadas, cujo valor presente o banco calcula em R$ 600 milhões.
“O GPA já assumiu contingências possíveis e remotas no passado e acreditamos que esses passivos poderiam eclipsar o equity”, pontuaram os analistas do BofA.
GPA (PCAR3): Casino propõe venda de fatia da empresa
O GPA (PCAR3) informou em 8 de setembro que seu acionista controlador, o Grupo Casino, propôs iniciar negociações para a venda da participação societária indireta detida pela companhia na CNova para uma entidade do grupo francês.
A CNova é uma sociedade holandesa que atua no comércio eletrônico e possui suas ações negociadas na Euronext Paris.
O GPA detém uma participação societária indireta de 34% no capital social da CNova e o Casino detém 64,8%.
Segundo comunicado, a proposta foi submetida para análise do Conselho de Administração do GPA que, pelas características da potencial transação, optou pela formação de um comitê especial independente, composto pelos 3 membros independentes do Conselho, que ficará encarregado de avaliar e negociar os seus termos e condições.