O GPA (PCAR3) divulgou na noite de segunda-feira (30) seu balanço do terceiro trimestre de 2023. A companhia reportou prejuízo líquido consolidado de R$ 1,285 bilhão, alta de 426% em relação ao mesmo período do ano passado.
O prejuízo líquido dos acionistas controladores consolidado, por sua vez, somou R$ 1,295 bilhão, um valor mais de quatro vezes maior (+337,3%) do que o registrado no mesmo período de 2022.
Já o lucro líquido controladores – operações continuadas – totalizou R$ 809 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 229 milhões no mesmo período do ano passado.
No terceiro trimestre deste ano, a receita líquida do GPA reportou um avanço anual de 9,7%, para R$ 4,742 bilhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado somou R$ 1,137 bilhão entre julho e setembro deste ano, alta anual de 478%. Com isso, a margem Ebitda ajustado consolidado ficou em 24% no período, com um aumento de 19,4 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre do ano anterior.
O lucro bruto da varejista foi de R$ 1,191 bilhão, alta anual de 8,6%.
As vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) apresentaram aumento anual de 6,6%, com avanço de 7,2% em Pão de Açúcar e 7,7% no formato Proximidade (bandeiras Minuto Pão de Açúcar e Mini Extra).
No terceiro trimestre, a dívida líquida do GPA foi reduzida em R$ 500 milhões, passando a R$ 3,023 bilhões. A alavancagem financeira, medida pela dívida líquida dividida pelo Ebitda ajustado do GPA Brasil, apresentou redução de 0,5 vez na comparação com o 3T22, atingindo -2,5 vezes.
Para finalizar, o capex (investimentos) do GPA atingiu R$ 331 milhões, com redução de R$ 47 milhões em relação a um ano antes.
GPA (PCAR3): Bradesco BBI corta recomendação de compra
Recentemente, as ações do GPA (PCAR3) tiveram sua recomendação de compra rebaixada para neutra pelo Bradesco BBI (BBDC4). Além disso, o banco cortou o preço-alvo da varejista de alimentos de R$ 11,00 para R$ 4,50.
Em relatório, os analistas justificaram que a lenta recuperação das vendas do GPA e a fraca recuperação das margens ainda são insuficientes para melhorar a alavancagem operacional.
“Introduzimos uma visão mais cautelosa sobre a recuperação do Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês], à medida que reduzimos nossa margem estimada para 2024 para cerca de 7%, de 8% (orientação para o final de 2024)”, avaliaram.
Os analistas enxergaram como positiva a monetização contínua de ativos não essenciais, incluindo a venda da participação restante de 13% no Éxito por R$ 790 milhões, anunciada em 16 de outubro.
No entanto, a equipe do Bradesco BBI também estimou que a alavancagem financeira do GPA deverá permanecer em um nível relativamente alto de 4,2 vezes a dívida líquida/Ebitda ajustado para 2024.