Exterior dividido

Ibovespa fecha em alta com aprovação do pacote fiscal; dólar cai

O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira (20) com alta de 0,75%, aos 122.102,15 pontos; o dólar caiu, a R$ 6,07

Foto: Ibovespa/CanvaPro
Foto: Ibovespa/CanvaPro

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (20) com alta de 0,75%, aos 122.102,15 pontos. O dólar comercial caiu 0,81%, a R$ 6,07.

A agenda do Congresso Nacional mais uma vez influenciou o Ibovespa, com a aprovação dos projetos do pacote fiscal no decorrer do dia. Porém, algumas medidas propostas foram desidratadas pelos parlamentares, o que lançou cautela sobre os investidores.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com baixa de 0,73%, a US$ 107,62.

As três propostas do governo federal foram atendidas pelo Senado nesta sexta-feira e marcou o avanço da agenda de contenção de gastos públicos. Os parlamentares tinham este dia para completar a votação dos ajustes, visto que o recesso do Parlamento inicia na segunda-feira (23).

O pacote fiscal inclui um PLP (Projeto de Lei Complementar), uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) e um PL (Projeto de Lei) que, segundo cálculos da equipe econômica, prometia uma economia de R$ 70 bilhões até 2026. Porém, as alterações nos textos deixaram em aberto se esse número pode se confirmar ou não.

Apesar desses tópicos terem sido as maiores reivindicações do mercado financeiro nos últimos dias, o fato do Parlamento ter deixado a votação da LOA (Lei de Orçamento Anual) para o ano que vem também preocupou os investidores e refletiu no Ibovespa.

“Ainda assim, o Ibovespa reflete a combinação de incertezas fiscais e o clima de fim de ano, com o mercado adotando uma postura mais conservadora”, disse Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.

Mesmo acreditando que a aprovação do pacote fiscal trouxe alívio momentâneo ao mercado, Iarussi ressaltou que o efeito foi mais “simbólico do que substancial, já que o pacote foi considerado insuficiente para equilibrar as contas públicas de forma duradoura”.

Em paralelo a isso, ainda no ambiente interno, o BC (Banco Central) realizou mais um leilão de dólares para segurar a valorização da moeda sobre o real. A intervenção no câmbio atinge US$ 23,7 bilhões com a nova oferta.

Outro fator, mais ao final do pregão, que ajudou a manter o dólar em queda foi um vídeo publicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu Instagram, ao lado de Gabriel Galípolo, futuro presidente do BC. 

Lula afirmou que Galípolo será o presidente “mais importante que o Banco Central” já teve, isto porque ele terá a “verdadeira autonomia”.

“Você será o presidente mais importante que o Banco Central já teve porque vai ser o presidente com mais autonomia que o Banco Central já teve. Pela sua qualidade profissional, pela tua experiência de vida e pelo seu compromisso com o povo brasileiro, certamente você vai dar uma lição de como se governa o Banco Central com a verdadeira autonomia”, disse Lula.

Além disso, o presidente também reiterou que o governo seguirá atento à necessidade de novas medidas para cumprir as regras do Arcabouço Fiscal.

“Para os juros, o alívio no câmbio e a percepção de que o Banco Central está agindo para conter a inflação ajudaram a reduzir a pressão sobre as taxas futuras. Contudo, o mercado permanece cético quanto à sustentabilidade das medidas fiscais adotadas, e a sensação de que o risco de dominância fiscal persiste pode voltar a pressionar os juros caso o governo não adote ações mais substanciais e eficazes”, avaliou Iarussi.

No quadro externo, o PCE (Índice de preços de gastos com consumo) dos EUA cresceu 0,1% em novembro, abaixo das expectativas do mercado, o que animou os mercados globais.

Com a queda do dólar, as ações de empresas exportadoras sofreram neste pregão e figuram entre as piores quedas do Ibovespa. 

A Vamos (VAMO3)  liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 6,61%. Logo atrás, Assai (ASAI3) e Raizen (RAIZ4) registraram altas de 6,07% e 6,02%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Automob (AMOB3) liderou as perdas, caindo 10,64%. Em seguida, vieram Caixa Seguridade (CXSE3) e Braskem (BRKM5), com perdas de 3,81% e 3,18%.

Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) divergem

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,67% e 0,62%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 1,49%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 0,39%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 0,62%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,63%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com altas de 1,16% e 0,80%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização 2,26% e 2,32%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 2,38%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 1,82%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 3,96%.

Índices do exterior fecharam em direções opostas

Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta sexta-feira (20). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,54%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,27%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,78%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 1,09% e 1,03%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 1,018%.