O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (23) com queda de 0,34%, aos 125.148,07 pontos. O dólar comercial caiu 0,74%, a R$ 5,13.
Perspectivas para os dados econômicos causaram oscilações no Ibovespa nesta sessão. O Boletim Focus, do BC (Banco Central), apresentou indicações pessimistas sobre a inflação brasileira. Enquanto isso, no exterior, o mercado aguarda os resultados do PIB e do PCE (inflação dos EUA).
O relatório do BC, divulgado nesta terça-feira, revelou uma piora na expectativa da inflação para este ano (de 3,71% para 3,73%) e para 2025 (de 3,56% para 3,60%).
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Mas esse não foi o único resultado da economia que sofreu revisão, pois a estimativa para a Selic (taxa básica de juros) também teve alta, de 9,13% para 9,50%, ainda em 2024.
Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, avaliou que o pregão do Ibovespa começou com um fluxo bastante vendedor, atingindo a mínima de 124,3 mil pontos e queda generalizada.
“Porém, gradativamente o avanço das Bolsas de NY ajudaram a limitar as perdas por aqui, até o Ibovespa passar para o campo positivo no meio da tarde, puxado pela virada dos bancos e zeragem das perdas da Petrobras (PETR4)”, observou.
Na conjuntura externa, segundo Nishimura, as Bolsas norte-americanas ganharam força com os PMIs da S&P Global, que mostraram desaceleração da atividade empresarial.
“Por outro lado, podem ajudar para que o Fed [Federal Reserve] não seja tão rígido na condução da política monetária”, completou.
Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital destacou as maiores altas do Ibovespa. Entre elas, a Fleury (FLRY3), com incentivo da aquisição do laboratório São Lucas, em Santa Catarina.
“Esta aquisição não apenas marca a entrada do Fleury nesse estado, mas também simboliza uma retomada significativa de seu crescimento inorgânico, sendo o primeiro M&A desde outubro de 2022”, ressaltou o especialista.
Já em meio às quedas, Almeida apontou a Usiminas (USMI5), que, segundo ele, caiu devido aos resultados apresentados no 1TRI24, com uma queda de 93% nos lucro líquido, na comparação anual.
“Além disso, a empresa enfrenta desafios com o aumento de importações de aço. Na teleconferência o CFO espera que o volume na mineração em 2024 será menor que 2023 e isso vem contribuindo para a pressão negativa sobre as ações no pregão de hoje”, concluiu ele.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) desvalorizam
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,69% e 0,19%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 2,46%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas o movimento negativo foi puxado pela Vale (VALE3) que caiu 0,87%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 4,03%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 13,91%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 1,49% e 0,77%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) também operaram com valorização de 0,66% e 1,38%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 5,88%. Assim como a Magalu, as ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 1,89%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 4,32%.
O Grupo Pão de Açúcar – GPA (PCAR3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 11,69%. Logo atrás, Fleury (FLRY3) e 3R Petroleum (RRRP3) registraram altas de 5,07% e 4,11%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Usiminas (USIM5) liderou as perdas, caindo 13,91%. Em seguida, vieram Magalu (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3), com perdas de 5,88% e 4,32%.
Índices do exterior fecharam em alta
Os principais índices europeus tiveram desempenhos fortemente altos nesta terça-feira (23). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 1,63%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,81%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 1,11%. Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 1,20% e 1,59%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 0,69%.
