Dados dos EUA

Ibovespa fecha em queda com postura do Fed no foco; dólar cai

O índice encerrou a sessão desta quinta-feira (23) com queda de 0,83%, aos 124.610,92 pontos; o dólar caiu 0,06%, a R$ 5,1534

Bolsa de Valores
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O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, encerrou a sessão desta quinta-feira (23) com queda de 0,83%, aos 124.610,92 pontos. O dólar comercial terminou o dia com queda de 0,06%, a R$ 5,1534.

Durante o pregão, o Ibovespa operou em queda, puxado pelo temor em relação a possibilidade de aperto ainda maior na política monetária dos EUA.

Segundo consta na ata do Fomc, divulgada na quarta-feira (22), diretores do Fed (Federal Reserve) não estão mais confiantes em relação a curva da inflação e estão dispostos a apertar ainda mais a política monetária.

Além disso, o índice reagiu aos dados da economia estadunidense divulgados nesta quinta (23). O número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caiu em 8 mil, totalizando 215 mil solicitações na semana encerrada em 18 de maio, conforme pesquisa divulgada nesta quinta-feira (23) pelo Departamento do Trabalho do país.

Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, destacou que, além do auxílio semanal de desemprego nos EUA, que veio um pouco menor do que o esperado, segundo, indicando que não teve tanto desemprego, segundo ele, a prévia dos PMI’s de maio vieram “mais fortes do que o esperado”.

Segundo Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, o Ibovespa seguiu o tom pesado do exterior, mas sem ignorar as próprias mazelas geradas pelas incertezas fiscais e ruídos sobre a meta de inflação.

“O entendimento cada vez mais consolidado de que o corte de juros no EUA só deve ocorrer no último trimestre pressionou novamente os principais índices em Wall Street, onde o Nasdaq teve sua queda suavizada pelo avanço dos papéis ligados às techs diante do resultado da Nvidia, que mostrou que o boom da IA segue firme”, afirmou Nishimura.

O mercado também reagiu mal às falas do ministro da Fazenda Fernando Haddad sobre a meta de inflação. Em audiência na Câmara na quarta-feira (22), Haddad disse que a meta de 3% era “exigentíssima” e “inimaginável”. A declaração gerou desconfiança em relação ao cumprimento da meta de inflação.

Altas e baixas do Ibovespa: Suzano liderou na ponta positiva

A Suzano (SUZB3) liderou os ganhos de Ibovespa, avançando 3,68%. Na outra ponta, a MRV (MRVE3) liderou as perdas, caindo 4,79%.

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,85% e 1%, respectivamente. Os papéis da Prio (PRIO3) subiram 0,59%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) recuou 0,60% e a Gerdau (GGBR4), 0,59%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,71%.

No setor bancário, o Itaú (ITUB4) recuou 0,89% e o Banco do Brasil (BBAS3) caiu 2,04%. O Bradesco (BBDC4)  registrou queda de 1,68%.

No setor de telecomunicações, a Telefônica Brasil (VIVT3) caiu 0,37%, após liderar os ganhos no pregão de quarta (22). A TIM Participações (TIMS3) também caiu 1,73%.

A Nvidia (NVDC34) encerrou o pregão com alta de 8,49%, após surpreender analistas – que já tinham expectativas animadoras – e apresentar resultados elevados na quarta-feira (22).

Índices europeus fecharam em alta e dos EUA, em baixa

 Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,74% e 0,39%, respectivamente, enquanto o Dow Jones recuou 1,53%.

Os principais índices europeus, por outro lado, seguiram o movimento contrário. O DAX, de Frankfurt, valorizou 0,03%, enquanto o CAC 40, de Paris, e o índice pan-europeu Stoxx 600 avançaram 0,13% e 0,07%.