Na tentativa de renovar a concessão da Light (LIGT3), representantes da companhia buscam uma aproximação com o MME (Ministério de Minas e Energia) e com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
O atual contrato da distribuidora vence em 2026, mas a empresa, que enfrenta uma grave crise financeira, quer antecipar a renovação da concessão como parte da estratégia para superar seus problemas.
A holding do grupo Light está em recuperação judicial, e as dívidas da distribuidora, que respondem pela maior parcela do endividamento do grupo, também foram abrangidas no stay period (de suspensão das execuções), com a justificativa de que são garantidas pela holding.
O presidente do Conselho de Administração da Light, Hélio Costa, disse nesta quarta-feira (30) que como parte do processo de renovação da concessão uma série de exigências foram solicitadas à empresa.
“A empresa está cumprindo essas exigências apresentadas pelo Ministério e pelo MME. Acho que até o fim do ano devemos estar com tudo mais ou menos resolvido. Nos próximos três meses temos condição de fazer praticamente tudo”, disse após o encontro na sede da pasta, em Brasília. “A preocupação que nós temos é trabalhar exatamente junto com a equipe do Ministério, para que a gente possa encurtar caminhos.”
Segundo ele, dentro dos próximos três meses a companhia teria condições de apresentar todas as justificativas dentro de cada uma das questões levantadas pela Aneel e pelo MME.
Costa também disse que a intenção da administração da Light é que até o fim do ano esteja com processo de negociação com debenturistas e bancos “de acordo”. “Já estamos nesse entendimento, eles são bastante razoáveis e acreditamos termos condições de fazer aceitar algumas condições.”
Com informações do Broadcast/Estadão.
CEO diz manter esforço para reforçar caixa
O CEO da Light, Octavio Pereira Lopes, destacou os esforços que a companhia fez para conter a perda de caixa. Segundo o CEO, a nova gestão da empresa tem priorizado a contenção de consumo de caixa da distribuidora, o que envolve uma estratégia de investimento voltada a combater perdas.
Segundo a empresa, o Totex (soma do Capex e o PMSO) caiu 30% no primeiro trimestre. Já o fluxo de caixa em R$ 87 milhões em relação a igual período de 2022. No semestre, a empresa teve um fluxo de caixa positivo em R$ 230 milhões, enquanto, nos seis primeiros meses do ano passado, a empresa havia reportado um consumo de caixa da ordem de R$ 59 milhões.
As informações foram feitas durante a teleconferência sobre o balanço relativo ao segundo trimestre de 2023, que durou 13 minutos, no dia 11 de agosto. Ao final, não surgiram perguntas dos analistas.
Para isso, a Light reduziu investimento e descontinuou medidas que trariam retornos apenas no longo prazo, diz Lopes. “A companhia consegue maximizar o fluxo de caixa no curto prazo com ótimos indicadores operacionais, sem abrir mão da segurança do sistema”, afirmou. Segundo ele, a nova gestão tem perseguido o objetivo de atender às metas de qualidade impostas pela Aneel e aos clientes, ao mesmo tempo em que combate o desequilíbrio financeiro, priorizando iniciativas de curto prazo.