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Light (LIGT3): Credores pedem à CVM investigação do diretor de RI

Credores e representantes da empresa devem se reunir para discutir plano de renegociação

Os advogados dos credores da Light (LIGT3) entraram com um pedido de investigação pela CVM Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do diretor de Relações com Investidores da companhia, Eduardo Gotilla. 

Nesse sentido, no ponto de vista dos representantes dos debenturistas, o executivo falha ao cumprir sua responsabilidade de assegurar a transparência no processo de negociação da empresa com seus credores, o que compromete a integridade da governança da Light.

Essa alegação se fundamenta na ação da Light, que solicitou a suspensão da eficácia das Assembleias Gerais de Debenturistas (AGD) e obteve uma decisão favorável da Justiça do Rio, que determinou a imposição de sigilo no processo envolvendo a empresa.

 “A recuperação judicial da Light é um processo essencialmente público e impedir o mercado de capitais de acompanhar um caso é uma violência muito grande’, defende um dos interlocutores ouvidos pelo InfoMoney.

Investigação

Desse modo, a ação foi tomada na véspera de uma reunião marcada entre os advogados dos credores, bancos e representantes da companhia, em São Paulo. O encontro foi marcado para analisar o plano divulgado pela Light, na semana passada, que tem por objetivo concluir a negociação com os credores e viabilizar a suspensão da Recuperação Judicial, em um prazo de 30 dias. “Parece que tem um senso de urgência aparecendo”, diz uma das fontes.

A primeira leitura dos advogados é que esse plano poderia ser uma “cortina de fumaça”, e não um movimento concreto para avançar nas negociações da dívida, estimada em R$ 11 bilhões. 

Sendo assim, a Agência Nacional de Energia Elétrica tem até 2024 para tomar essa decisão. E o risco é que a condição atual de Recuperação Judicial da companhia acabe pesando de forma contrária à renovação. Sem ela, a capacidade de pagamento da empresa ficaria ainda mais comprometida.

Na ação junto à CVM, os representantes dos credores também alegam que a companhia não está cumprindo as exigências feitas pelo Ministério de Minas e Energia.