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Magalu (MGLU3): CVM abre processo para apurar erro em balanço

Magal reportou erros em lançamentos contábeis referentes a 2022 e aos dois primeiros trimestres deste ano

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abriu um processo administrativo, nesta terça-feira (14), para apurar a ressalva feita por auditoria externa sobre o balanço do terceiro trimestre do Magazine Luiza (MGLU3). As informações são do jornal “Valor”.

A varejista publicou comunicado adicional feito em conjunto com a divulgação do balanço na segunda (13), informando que foram identificadas erros em lançamentos contábeis referentes a 2022 e aos dois primeiros trimestres deste ano, decorrentes do fato de “notas de débito” — documento utilizado para o reconhecimento contábil das receitas de bonificações — terem sido emitidas pela companhia e assinadas por fornecedores sem observar com precisão as obrigações de desempenho. A investigação foi iniciada em março.

No relatório que acompanha as demonstrações contábeis do Magazine Luiza, a EY diz que será necessária a realização de “procedimentos adicionais e extensivos” de auditoria para concluir sobre a adequação dos valores decorrentes da correção de erros registrados pela companhia.

O processo corre em sigilo. Em nota, a CVM afirmou que não comenta casos específicos e que não se pronuncia sobre a possibilidade de ressarcimentos de perdas dos acionistas com os erros do balanço da Magazine Luiza, e que a investigação em curso refere-se apenas à ressalva do auditor.

A B3 mantém um Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos (MRP), administrado pela BSM, destinado a ressarcir apenas prejuízos específicos, resultantes de ação ou omissão irregular de intermediários ou seus prepostos sofridos pelo investidor no valor de até R$ 120 mil.

Magalu: após queda de 10%, ações fecham em alta

As ações da Magazine Luiza passaram por uma grande volatilidade na sessão do Ibovespa desta terça-feira (14). Na mínima do dia, os papéis chegaram a cair 10,4%, a R$ 1,55. Ao longo do pregão, as ações viraram e fecharam com alta de 1,73%, a R$ 1,76.

A grande variação nos papéis da companhia é atribuída ao comunicado adicional feito em conjunto com a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2023, quando a varejista apresentou um lucro líquido de R$ 331,2 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 190,9 milhões do mesmo período de 2022.

A nota é relacionada a uma denúncia feita em março, que mencionava possíveis irregularidades na interação com fornecedores e distribuidores, a Magalu esclarece que a reversão de créditos tributários teve como objetivo mitigar o impacto de R$ 829,5 milhões decorrentes de erros contábeis sobre o patrimônio da companhia. Essa medida foi adotada para enfrentar e corrigir os desafios contábeis identificados, demonstrando o compromisso da empresa com a transparência e a correção de eventuais equívocos.