O Bank of America (BofA) revisou o preço-alvo das ações da Marfrig (MRFG3), aumentando de R$18,50 para R$21,50, mantendo uma perspectiva otimista em relação à empresa.
A expectativa é que a continuidade da desalavancagem no nível da holding desbloqueie valor para os papéis, impulsionada pelos dividendos da BRF e pela venda de ativos para a Minerva. O banco também reafirmou sua recomendação de compra.
Por volta das 13h25 (horário de Brasília), a ação do frigorífico subia 6,52%, a R$ 13,73, em um dia positivo para o setor em geral.
A elevação do preço-alvo para a Marfrig também leva em conta o ajuste no preço-alvo da BRF (BRFS3), que foi aumentado de R$22 para R$24, impactando o preço-alvo da Marfrig em R$1,20 por ação.
Além disso, a redução da Dívida Líquida no nível da holding, devido à menor alavancagem a partir do segundo trimestre de 2024 e ao aumento no fluxo de dividendos da BRF, contribui para a revisão.
De acordo com as estimativas, a Marfrig deverá receber R$1,8 bilhão em dividendos da BRF ao longo de 2024 e 2025, o que equivale a R$2,00 por ação da Marfrig.
Somado ao fluxo de caixa proveniente da venda de ativos para a Minerva, prevista para ser concluída no final de 2024, isso deve resultar em uma redução da Dívida Líquida, que passará de R$26,3 bilhões no segundo trimestre de 2024 para R$18,9 bilhões em 2025.
O BofA também observa que as ações estão sendo negociadas com um desconto significativo de 34% em relação à soma das partes, em comparação com a média de 29% registrada nos últimos 12 meses.
Em relação à lucratividade, o banco ajustou sua previsão de Ebitda (ex-BRF) para este ano, reduzindo-a em 10% para refletir margens mais baixas na operação de carne bovina nos EUA no segundo semestre e margens enfraquecidas na América do Sul, em função do cenário desafiador fora do Brasil.
Expectativas da Marfrig
Para 2025, a expectativa permanece praticamente inalterada. Em termos consolidados, o Bank of America aumentou suas estimativas em 12% para 2024 e em 8,5% para 2025, impulsionado pelas previsões mais otimistas para a BRF.
Segundo o relatório, o desempenho recente da Marfrig é misto: enfrenta um ciclo negativo no mercado de gado nos EUA e altos preços do gado na Argentina, mas apresenta margens robustas no Brasil.
No entanto, a empresa conseguiu superar a média da indústria, entregando margens 200-300 pontos base (bps) superiores, graças à sua estratégia de integração vertical.
A Marfrig está começando a aplicar essa abordagem na América do Sul, com a meta de alcançar uma integração vertical de 25% na produção de gado. No primeiro semestre de 2024, a empresa já investiu R$2,0 bilhões em capital de giro para apoiar essa estratégia.
Os analistas acreditam que a iniciativa começará a apresentar resultados no segundo semestre, especialmente no quarto trimestre. Será crucial acompanhar o efeito nas margens de curto prazo e avaliar o impacto de médio prazo na redução da volatilidade das margens.