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Petrobras (PETR4): CEO nega negociação para recompra de refinaria

"Dentro da Petrobras não foi aberto um processo de reanálise de alguma coisa", disse Jean Paul Prates

Na Bahia para comemorar os 70 anos de existência da Petrobras (PETR3;PETR4), o CEO da empresa Jean Paul Prates, declarou, na sexta-feira (6), que não tem mais o que falar sobre o possível processo de reestatização da Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves (RLAM). As informações são do Bahia Notícias, parceiro do BP Money.

A refinaria foi vendida pela Petrobras em novembro de 2021 por um montante de US$ 1,8 bilhão (aproximadamente R$ 10,1 bilhões na cotação da época) para o grupo Mubadala Capital, dona da Acelen, que administra a refinaria.

“Não tem nada a falar, porque é um processo finalizado. Dentro da Petrobras não foi aberto um processo de reanálise de alguma coisa. Estamos trabalhando dentro do nosso plano estratégico com as unidades de refino, trabalhando de forma integrada e aí a gente vai ver qual a oportunidade que surge nisso, agora a gente vai falar que vai comprar alguma coisa, isso já abre um processo todo até de negociação que não existe”, afirmou Prates, destacando que a Petrobras mantém diálogos com o Mubadala para diversificar investimentos.

A declaração vai de encontra ao que foi sinalizado por Prates na última segunda (2), em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, quando indicou que  pode “haver diálogos sim” com o Mubadala para a recompra da refinaria na Bahia.

Vale lembrar que a Petrobras e o grupo árabe Mubadala Capital assinaram, no início de setembro, um Memorando de Entendimento (MOU) que permitirá que as duas empresas explorem um possível investimento da Petrobras em um projeto de biocombustível em desenvolvimento pela Mubadala na Bahia.

Crítica a Bolsonaro

Prates também teceu críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação a gestão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sob o seu governo. O presidente da Petrobras disse que o Ibama era um órgão permissivo, pois tinha policiais militares aposentados trabalhando como fiscais ambientais.

O presidente da estatal explicou os motivos dos recorrentes vetos do Ibama à exploração da Foz da Bacia do Amazonas, dizendo que o “Ibama de hoje não é o mesmo Ibama de Bolsonaro”.

“Por que o Ibama mudou e agora exigiu muito mais condições da Petrobras? Ora, é só lembrar que o Ibama mudou de mãos. O Ibama de Bolsonaro era um Ibama permissivo. Era o Ibama que tinha policiais militares aposentados lá, funcionando de fiscal ambiental. A ministra [do Meio Ambiente e Mudança do Clima] Marina, assume, ela começa a mudar o Ibama e colocar novas regras em novas pessoas. Bom, a gente tem que respeitar esse tempo dela, e do próprio Ibama”, afirmou Prates.