Após um dia de forte volatilidade, com duas suspensões de negociações na segunda-feira (16), o Tesouro Direto suspendeu suas negociações mais uma vez nesta terça-feira (17), às 13h.
A “pausa” nas negociações do Tesouro ocorreu após uma sequência de altas nas taxas, em meio ao nervosismo do mercado em relação à trajetória da dívida pública e às incertezas sobre os desdobramentos do pacote fiscal.
Outro fator que também contribuiu para a alta do dia foi a ata do Copom (Comitê de Política Monetária). No momento, investidores digerem o documento que detalhou os motivos que levaram ao tom mais duro do formulador de política monetária brasileira, com a elevação de 1 p.p. (ponto percentual) na Selic (taxa básica de juros), para 12,25%. Além disso, o BC (Banco Central) sinalizou mais dois aumentos de 1 p.p. na Selic nas próximas duas reuniões.
Segundo a autarquia, o tom do texto, que teve apoio unânime dos membros do Copom, se deu por conta da deterioração do cenário de inflação e da materialização de “vários riscos”, que tornaram o cenário mais adverso.
“Com relação à política econômica de forma mais geral, o Comitê manteve a firme convicção de que as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas. Em particular, desacelerações são parte essencial do processo de suavização e reequilíbrio da economia. O debate do Comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas”, disse o BC, de acordo com o InfoMoney.
Tesouro: será preciso mais R$ 17,9 bi para zerar o déficit em 2025
O governo federal precisaria de um incremento de receita na cada de R$ 17,9 bilhões, seja por meio das medidas do pacote fiscal enviadas ao Congresso ou com novas medidas, para atingir o déficit zero em 2025, segundo o Tesouro Nacional.
O valor citado no relatório de projeções fiscais divulgado nesta segunda-feira (16) pela secretaria do Ministério da Fazenda equivale a 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto).
Um PL (projeto de lei) que prevê o aumento da alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e do JCP (Juros sobre Capital Próprio) foi encaminhado pelo governo no dia 30 de agosto ao Congresso Nacional.
Espera-se, a partir dessas propostas, arrecadar quase R$ 21 bilhões, de forma a cumprir a meta fiscal do próximo ano. O projeto de lei, contudo, não tramitou e não deve ser aprovado pelo Legislativo.