O assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, causou comoção, mas também gerou uma onda de comentários nas redes sociais com críticas a Thompson e a seguros de saúde. Os comentários incluem relatos sobre más experiências com seguradoras e crítica aos lucros dessas empresas.
“Sou enfermeiro de emergência e coisas que vi com pacientes morrendo e que tiveram seus pedidos negados pelo seguro saúde me deixam com náusea. Simplesmente, não consigo sentir simpatia por ele por causa de todos aqueles pacientes e suas famílias”, diz um dos comentários em uma rede social, relatado pelo “New York Times”.
Um homem ainda não identificado assassinou Thompson a tiros na frente de um hotel em Nova York, na terça-feira (3), quando o executivo saía de um evento com investidores.
Nos cartuchos das balas utilizadas no crime estavam escritas as palavras “deny” (negar), “depose” (postegar) e “defend” (defender).
Os investigadores do caso acreditam que os termos fazem referência ao livro “Delay, Deny, Defend: Why insurance companyes don’t pay claims and what you can do about it” (Atrasar, negar, defender: Por que companhias de seguro não pagam os pedidos e o que você pode fazer sobre isso), escrito por Jay Feinman.
A UnitedHealthcare é dona da maior seguradora dos EUA, com 52 milhões de usuários corporativos, individuais ou custeados pelo governo para pessoas de baixa renda. A receita da empresa foi de US$ 224 bilhões até setembro de 2024.
O caso da UnitedHealthcare pode ser repetido no Brasil?
Com a relevância que o assunto ganhou nas redes, surgem questionamentos se casos parecidos podem ocorrer no Brasil, mas a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) afirmou ao “Valor Econômico” que o caso foi pontual e que não vê riscos de que o acontecimento cause insegurança de agentes de saúde no país.
A associação também lamentou a morte de Thompson e defendeu que o crime seja rigorosamente investigado pelas autoridades. Além disso, afirmou que o CEO foi fundamental para a democratização no setor de saúde dos EUA.