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Greve geral na França paralisa transportes e outros serviços

Convocação para a greve nacional foi feita pelos líderes dos quatro principais sindicatos da França

Uma greve geral na França, convocada por vários sindicatos, causou nesta terça-feira (18) paralisações nos transportes, suspensão de aulas e até hospitais públicos, segundo as agências de notícias Associated Press e Reuters. 

O ato visa pressionar o governo francês por aumentos salariais que acompanhem a inflação no país. A França já estava imersa, há mais de três semanas, em uma greve no setor de petróleo, com uma paralisação de funcionários da TotalEnergies e da Esso-ExxonMobile.

Agora, trabalhadores ferroviários e de outros setores dos transportes, alguns professores e funcionários de hospitais públicos atenderam a um apelo de um sindicato de trabalhadores do setor petrolífero para que a indústria francesa pressionasse por aumentos salariais e protestasse contra a intervenção do governo nas greves nas refinarias. 

A convocação para a greve nacional foi feita pelos líderes dos quatro principais sindicatos da França – CGT, FO, FSU e Solidaires. Com isso, o tráfego regional de trens foi reduzido pela metade. Ainda, cerca de 10% dos professores do ensino médio não compareceram às aulas. 

Os protestos desta terça-feira foram convocados após o sindicato CGT rejeitou um acordo sobre um aumento salarial que a TotalEnergies fechou com dois outros sindicatos na última sexta-feira (14). Os sindicatos CFDT e CFE-CGC, que juntos representam a maioria dos trabalhadores franceses do grupo, concordaram com um aumento salarial de 7% e um bônus financeiro, já o CGT pede um aumento de 10%.

A greve no setor de petróleo já causou a falta de combustível nos postos franceses. O porta-voz dos funcionários da TotalEnergies, Thierry Defresne, disse na ocasião, à rádio RMC, que o seu objetivo da greve dos funcionários da refinaria “não é incomodar as pessoas”, mas “expressar à Total o descontentamento dos trabalhadores porque não há distribuição de riqueza”.

O governo de Emmanuel Macron, presidente da França, decidiu forçar os trabalhadores a voltarem a trabalhar nas distribuidoras. Na época, o governo ainda pediu às empresas de petróleo “esforços” salariais para resolver as greves.

A alta da inflação no país vem causando, além da greve nacional, uma onda de protestos. No último domingo (16), milhares já tinham ido às ruas para marchar contra o aumento dos preços.