Nesta terça-feira (23), a JBS (JBSS3) afirmou que as partes interessadas no crescimento e desenvolvimento da empresa apoiam a abertura de capital da companhia na Bolsa de Nova York.
O posicionamento veio em nota enviada ao Estadão/Broadcast em resposta ao comunicado enviado mais cedo sobre pedido de senadores dos Estados Unidos à Comissão de Valores Mobiliários (SEC) para que barre o pedido de listagem. “Stakeholders genuinamente interessados no desenvolvimento e crescimento da Companhia e de toda a sua rede de valor apoiam a listagem das ações da JBS em Nova York”, diz um trecho da nota da companhia.
No comunicado, a JBS afirma que a dupla listagem irá “criar valor” para a empresa, seus colaboradores, as comunidades em que atua, seus investidores e demais stakeholders. Além disso, declara que a presença na Bolsa de Nova York reforçará seus padrões de governança corporativa. “A proposta aumentará ainda mais o escrutínio da já robusta governança da JBS, aderindo aos padrões da Securities and Exchange Commission (SEC) e da Bolsa de Valores de Nova York (Nyse)”, afirma.
Na carta enviada à SEC, os senadores afirmam que a aprovação da proposta de listagem da JBS sujeitaria os “investidores norte-americanos ao risco de uma empresa com um histórico de corrupção flagrante e sistêmica”, além de pedir que toda a documentação preliminar seja analisada.
“Profundas preocupações”
Os senadores solicitaram uma análise minuciosa do histórico criminal e ambiental da empresa, apontando que isso exporia os investidores a riscos.
Em julho, a maior processadora de carne do mundo retomou um esforço que já durava mais de uma década para listar suas ações na Bolsa de Valores de Nova York. Essa iniciativa visa acessar capital a custos mais baixos e expandir o alcance da empresa para um maior número de investidores.
A tentativa anterior da JBS de listar suas ações na bolsa de NYC foi prejudicada, em parte, por um escândalo de corrupção no Brasil em 2017. Em 2020, a SEC multou a JBS em 27 milhões de dólares para resolver outras acusações de suborno relacionadas à aquisição em 2009 da Pilgrim’s Pride, outra importante empresa de carnes dos EUA.
Esses eventos, somados às alegações de ativistas ambientais de que as práticas de fornecimento de gado da empresa contribuem para o desmatamento da Amazônia, levantam “profundas preocupações” sobre a possível listagem.