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Powel sinaliza pausa no aperto monetário

Powell destacou que a política monetária restritiva adotada pelo Fed está exercendo pressão sobre a atividade econômica e a inflação

Em discurso nesta sexta-feira (1º), na Spelman College, o presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, sinalizou que o Banco Central americano pode pausar o aperto monetário, com a taxa de juros no atual patamar entre 5,25% e 5,50%.

Powell destacou que a política monetária restritiva adotada pelo Fed está exercendo pressão sobre a atividade econômica e a inflação.

“É provável que todos os efeitos do nosso aperto ainda não tenham sido sentidos. A contundência da nossa resposta à inflação também ajudou a manter a credibilidade duramente conquistada do Fed, garantindo que as expectativas do público sobre a inflação futura permaneçam bem ancoradas”, afirmou o dirigente.

Ele também afirmou que seria “prematuro” concluir definitivamente que a política monetária atingiu níveis suficientemente restritivos. Powell argumentou também que ainda é cedo para “especular” sobre quando a instituição poderá começar a cortar os juros.

“Seria prematuro concluir com confiança que atingimos uma posição suficientemente restritiva, ou especular sobre quando a política poderá flexibilizar. Estamos preparados para apertar ainda mais a política se for apropriado fazê-lo”, completou.

Powell reforçou ainda que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) está preparado para subir mais a taxa básica caso as circunstâncias macroeconômicas exijam.

Livro Bege registra desaceleração na economia dos EUA

O Livro Bege do Fed (Federal Reserve), divulgado nesta quarta-feira (29), registrou desaceleração na economia dos Estados Unidos de forma ampla entre o período do último relatório, de 18 de outubro até 17 de novembro.

Segundo o documento, quatro distritos onde o banco central americano está presente mostraram “crescimento modesto”; dois relataram estabilIdade ou ligeira queda; e seis, redução leve de atividade.

Em relação à inflação, o Livro Bege afirmou que os consumidores americanos estão mais sensíveis aos preços, o que dificultou o repasse de custos pelas empresas. Segundo o documento, provedores de serviços tiveram mais capacidade de repassar o aumento de preços, enquanto o setor manufatureiro teve “poder de precificação” limitado.

Os contatos consultados pelo Fed avaliaram que a perspectiva para a atividade nos próximos seis a 12 meses piorou, enquanto os preços devem continuar em alta moderada em 2024.

Entre setores, o Livro Bege relata um cenário “misto” tanto para a atividade do varejo quanto para a manufatura. Nesse contexto, a demanda por empréstimos ao setor privado diminuiu, principalmente para empreendimentos imobiliários.

Do lado do consumidor, a concessão de crédito permaneceu “saudável”, mas alguns bancos relataram aumento das taxas de inadimplência, diz o Livro Bege.

O relatório também informou que o aumento dos preços arrefeceu de forma ampla nos EUA, com destaque para os custos de frete e matérias-primas industriais. A inflação, contudo, segue “elevada” e a alta dos salários foi classificada como “de modesta a moderada”.