Edmundo González, o líder da oposição a Nicolás Maduro, da Venezuela, fugiu para a Espanha após receber ordem de prisão, no sábado (08).
González foi acusado pelos promotores venezuelanos de violar a lei, porque a oposição acessou registros de votação para mostrar que ele venceu de forma esmagadora.
Dessa forma, o político foi acusado de crimes que incluem falsificação de documento público, incitação à desobediência das leis, conspiração e sabotagem, de acordo com a “Bloomberg”.
González buscou refúgio na embaixada da Espanha em Caracas há vários dias, disse a vice-presidente Delcy Rodríguez, e afirmou também que as duas nações organizaram sua passagem neste fim de semana.
José Manuel Albares, o ministro das Relações Exteriores da Espanha, confirmou posteriormente que González estava a caminho em um avião da Força Aérea Espanhola.
A medida pode gerar mais protestos dos EUA e de outros países que concluíram que González foi o vencedor da votação presidencial.
Edmundo González procuro refúgio da Venezuela um mês após seu partido revelar os registros de votação para provar sua vitória na eleição presidencial que ocorreu em 28 de julho, utilizando um sistema de fiscalização sem precedentes, liderado por cidadãos.
Porém, as autoridades venezuelanas, declararam que Maduro foi o vencedor da eleição e reeleito para um terceiro mandato, portanto, ordenaram a prisão de González.
Desde então, a repressão do governo cresceu rapidamente e cerca de 2.400 manifestantes já foram detidos, junto com quatro políticos proeminentes da oposição.
“O exílio forçado do presidente eleito do país é um dia triste para os milhões que votaram nele”, disse Ryan Berg, diretor do Programa das Américas no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington, segundo o veículo de notícias.
“Também torna a transição política ainda mais distante”, continuou.
A autoridade eleitoral da Venezuela declarou que Maduro venceu com 51,95% dos votos, todavia, a oposição publicou mais de 80% das atas de votação que mostram que González recebeu quase 70%.
Edmundo González se autoproclama presidente da Venezuela
Edmundo González se autoproclamou como o novo presidente da Venezuela nesta segunda-feira (5).
Um comunicado foi divulgado, pelo candidato de oposição a Nicolás Maduro nas eleições à presidência da Venezuela. O documento onde González diz ter vencido as eleições “sem qualquer discussão”, teve assinatura também da líder oposicionista María Corina Machado.
“Agora, cabe a todos nós fazer respeitar a voz do povo. Procede-se, de imediato, à proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República”, afirma a nota.
No documento, González também pediu que as Forças Armadas venezuelanas se coloquem “ao lado do povo”.
O CNE (Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela) proclamou, em 29 de julho, Maduro como o presidente eleito. Além da posição, a comunidade internacional também contesta a legitimidade do processo eleitoral.