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Zona do Euro: inflação supera expectativa e atinge novo recorde

O aumento dos preços ao consumidor acelerou para 10,7% em outubro, de 9,9% um mês antes

A inflação da zona do euro superou as expectativas mais uma vez e atingiu um novo recorde, que indica novos aumentos das taxas de juros pelo Banco Central Europeu uma vez que as pressões sobre os preços parecem estar se ampliando. O aumento dos preços ao consumidor nos 19 países que compartilham o euro acelerou para 10,7% em outubro, de 9,9% um mês antes.

O resultado supera as expectativas em pesquisa da Reuters de 10,2%, já que a inflação na Alemanha, Itália e França subiu mais do que o esperado, mostraram nesta segunda-feira (31) dados do Eurostat.

Os preços da energia continuaram a impulsionar a inflação, mas os alimentos e os bens industriais importados também pressionaram os preços, mesmo que os serviços tenham desempenhado apenas um papel marginal desta vez.

O BCE aumentou os juros em um total de 2 pontos percentuais nos últimos três meses e prometeu um aperto adicional já em dezembro. No entanto, os mercados começaram a antecipar uma desaceleração no aumento das taxas devido à perspectiva de recessão e à queda dos preços do gás de níveis recordes.

De acordo com o “MoneyTimes”, as autoridades devem se preocupar que o crescimento do núcleo dos preços, que elimina a volatilidade dos preços de alimentos e combustíveis, tenha continuado a acelerar, apontando para a ampliação das pressões sobre os preços, o que aumenta o risco de que a alta inflação se enraíze.

Isso se dá pois, quando exclui alimentos não processados e energia, a inflação acelerou para 6,4% de 6,0%, enquanto uma medida ainda mais restrita, que também filtra o álcool e o tabaco, subiu de 4,8% para 5,0%.

BCE aumenta novamente os juros em 0,75 ponto percentual

O Banco Central Europeu (BCE) aumentou sua taxa referencial de juros em 0,75 ponto percentual, nesta quinta-feira (27), chegando a 2% ao ano. De acordo com a autoridade monetária, a “inflação permanece muito alta e permanecerá acima da meta por um longo período”.

A taxa de refinanciamento subiu de 1,25% para 2%; a taxa sobre depósitos de 0,75% para 1,5%; e a taxa sobre empréstimos marginais de 1,50% para 2,25%. O comunicado destacou que, em setembro, a inflação na Zona do Euro atingiu 9,9%. Desde julho, o BCE, que busca inflação constante de 2% no médio prazo, já aumentou seus juros em dois pontos percentuais.