Americanas (AMER3): balanço pode atrasar novo plano de RJ

Empresa adiou a divulgação do primeiro trimestre, que estava previsto para 11 de maio

O plano de recuperação judicial da Americanas (AMER3) deve ser adiado novamente por conta em função de possível atraso na divulgação do balanço auditado do primeiro trimestre da companhia, segundo informações do Pipeline.

A empresa já adiou uma vez a divulgação de suas informações financeiras do primeiro trimestre, que estavam originalmente previstas para 11 de maio. O grupo explicou que o atraso foi necessário para concluir a revisão das demonstrações financeiras de exercícios anteriores, incluindo o ano de 2022, e avaliar os impactos do déficit contábil de R$ 20 bilhões revelado no início deste ano.

Trio de acionistas referência da Americanas teriam chegado a um acordo com os bancos para a renegociação de sua dívida. A empresa entrou em processo de recuperação judicial com um passivo total de mais de R$ 43 bilhões.

Inicialmente, o plano divulgado envolvia a injeção de capital de R$ 10 bilhões por parte dos principais acionistas da Americanas, com um aporte de R$ 1 bilhão já realizado e outros R$ 2 bilhões adicionais sujeitos a determinadas condições. Os bancos insistiam que os acionistas se comprometessem com o aporte desses R$ 2 bilhões desde o início do processo de recuperação judicial.

Para a aprovação do plano, a Americanas ainda depende de um acordo com os detentores dos títulos de dívida da empresa, que incluem os debenturistas e bondholders.

Americanas (AMER3): qual o objetivo da CPI?

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Americanas (AMER3) teve sua primeira audiência pública nesta semana, em Brasília. Ao longo dos próximos meses, os parlamentares irão convocar banqueiros, representantes sindicais e ex-executivos da varejista para prestar depoimento sobre o rombo bilionário da empresa. Em meio a esse contexto, a pergunta que surge é: qual o objetivo desta CPI?

De acordo com Brenno Mussolin Nogueira, especialista da área Insolvência do Rayes e Fagundes Advogados, a CPI da Americanas tem como missão investigar as inconsistências contábeis da varejista, que foram identificadas em janeiro deste ano e revelaram uma dívida de mais de R$ 20 bilhões.

“A CPI da Americanas busca investigar as inconsistências contábeis identificadas pelo ex-CEO da Companhia, Sergio Rial, e apurar eventual cometimento de fraude pelos executivos, bem como envolvimento de demais agentes do setor, como conselho de administração, conselho fiscal, acionistas de referência, auditores externos e etc”, explicou Nogueira ao BP Money.