A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que apura possível fraude contábil na Americanas (AMER3) reúne-se, nesta terça-feira (19), para discutir e votar o relatório do deputado Carlos Chiodini (MDB-SC).
O texto foi apresentado no último dia 5, mas não foi apreciado devido a um pedido de vista coletivo. O prazo para conclusão do trabalhos encerra-se em 26 de setembro.
Em seu parecer, Chiodini sugere quatro projetos de lei para melhorar a governança corporativa e combater a corrupção em empresas privadas, de modo a evitar fraudes.
O texto, entretanto, não apresenta nenhuma conclusão quanto a possíveis responsáveis no caso da Americanas. Chiodini argumenta que os inquéritos policiais estão em curso e ainda não há elementos suficientes para incriminar ninguém. O relator considera que seria imprudente fazer acusações sem provas conclusivas.
A reunião será realizada às 15 horas, no plenário 7. Com informações da Agência Câmara de Notícias.
Bradesco (BBDC4) pede manutenção de ação contra Americanas (AMER3)
O Bradesco (BBDC4) pediu ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que reconsidere a suspensão da ação do banco contra a Americanas (AMER3), após a varejista questionar a imparcialidade da consultoria Kroll. A suspensão foi determinada na quarta-feira (13).
O Broadcast/Estadão teve acesso a manifestação do escritório Warde Advogados, que representa o banco na ação, afirma que nem o Bradesco e nem o Warde possuem relações de parceria técnica ou algo do gênero com a Kroll.
A Americanas alegou que a Kroll atua em conjunto com o Warde no caso envolvendo os fundadores do site de comércio eletrônico Kabum, a Magazine Luiza e o Itaú BBA. Também disse que a consultoria foi contratada por um grupo de credores para atuar na própria recuperação judicial da Americanas. Estes fatores, de acordo com a defesa da rede, levantam questionamentos sobre a parcialidade da Kroll.
O Warde afirma, na manifestação enviada ao TJ-SP, que os serviços da Kroll no caso Kabum não foram contratados pelo escritório, e que o relatório da consultoria estava pronto quando a banca foi contratada pelos fundadores da Kabum, neste ano.
“Quanto à segunda alegação, o peticionário nada pode afirmar peremptoriamente, pois só a Kroll poderá elucidar essa acusação, mas, considerando que o Bradesco é um dos maiores credores da Americanas, e que ele não participou e nem ouviu falar de qualquer movimento de contratação da Kroll para o que fosse, tudo indica se tratar de outra aleivosia despudorada”, alega a peça.
A defesa do Bradesco afirma ainda que a Americanas tenta proteger os conselheiros e os acionistas de referência da rede ao impedir a produção antecipada de provas. Segundo os advogados, o pedido da companhia e sua divulgação à imprensa ocorreram após a Microsoft, que ficou responsável por fornecer e-mails da Americanas ao perito, ter concluído o repasse das mensagens.
Os advogados também alegam que os depoimentos do ex-CEO Miguel Gutierrez e documentos internos divulgados nas últimas semanas mostram que os conselheiros e os principais acionistas tinham participação ativa na gestão da companhia, e que sabiam desde o ano passado que a empresa precisaria de um aporte de capital.
A ação do Bradesco tenta produzir provas antecipadamente sobre o que levou às fraudes contábeis na companhia, com o apontamento dos responsáveis. Essa disputa judicial tem se dado de modo paralelo às negociações financeiras, como mostrou a Coluna do Broadcast na quarta-feira, das quais o banco tem participado. Ontem, em nota, o Bradesco afirmou ter interesse no sucesso da recuperação judicial da Americanas.