Americanas (AMER3): Ex-CEO pede ao STF para não comparecer à CPI

Defesa de Gutierrez afirma que ele é investigado e que por isso deve ter o direito de não produzir provas contra si mesmo

O ex-CEO da Americanas (AMER3), Miguel Gutierrez, solicitou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que não seja obrigado a comparecer na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga a fraude fiscal bilionária na varejista..

Gutierrez foi convocado pela CPI a prestar depoimento, no dia 1º de agosto, como testemunha, o que torna o comparecimento obrigatório. Entretanto, a defesa de Gutierrez afirma que ele é investigado pela Polícia Federal (PF) e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pelos mesmos fatos alvos da CPI, e que por isso deve ter o direito de não produzir provas contra si mesmo. As informações são do jornal “O Globo”. 

Por isso, as advogadas solicitam que a presença dele seja opcional ou que, caso ele seja obrigado a comparecer, que tenha o direito de não responder as perguntas que forem feitas.

“Diante dos fundamentos da convocação, é fácil constatar que a investigação parlamentar, no que toca ao paciente, tem por objeto subjacente os mesmos fatos e pretensas condutas que lhe são potencialmente atribuídos tanto no procedimento administrativo da CVM quanto no mencionado inquérito policial, delineando-se uma situação de risco concreto de comprometimento do seu direito constitucional de não produzir prova contra si próprio”, escreveram.

Gutierrez foi CEO da empresa por duas décadas e deixou o cargo no início de janeiro, pouco antes da fraude ser anunciada.

Americanas avalia nova recuperação judicial

A Americanas discute um novo plano de recuperação judicial com os credores, que registraram objeções, segundo informações do Estadão/Broadcast. Segundo a publicação, as conversas continuam e credores devem se reunir com a Americanas na próxima semana.

Entre as manifestações dos bancos contra o plano estão o deságio de 60% na dívida e a proposta de aporte de R$ 10 bilhões na companhia pelos acionistas de referência do grupo, o trio Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Segundo fontes do Broadcast, esses pontos podem ser alterados e alguns continuam insistindo para que o aporte suba para R$ 12 bilhões. Vale lembrar que a recuperação judicial da varejista envolve dívidas de mais de R$ 40 bilhões.

Detentores de títulos de dívida emitidos no exterior trouxeram contestações mais ácidas contra a empresa, afirmando se tratar de um “salvo-conduto para responsáveis por fraudes confessadas”, e apontou para um suposto privilégio que os bancos teriam no recebimento de seus créditos.

Os bancos e os estrangeiros criticaram a previsão de que os credores não poderão mais brigar com Americanas na Justiça caso o plano seja aprovado. Os advogados dos credores externos afirmam haver um excesso de proteção nessa cláusula do plano, para blindar terceiros que têm influência na apresentação do plano (acionistas e administradores, principalmente) – e que sabem que estão expostos.

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