Diz diretor em CPI

Braskem (BRKM5) é responsável por tragédia em Maceió

Marcelo Arantes depõs à CPI sobre o afundamento do solo na cidade

Foto: Marcelo Arantes / Agência Senado
Foto: Marcelo Arantes / Agência Senado

Marcelo Arantes, diretor da Braskem (BRKM5), reconheceu, em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), nesta quarta-feira (10), que a empresa foi responsável pelo fenômeno que começou em 2018, em Maceió (AL).

“A Braskem tem, sim, a contribuição e é responsável pelo evento acontecido em Maceió. Isso já ficou claro”, afirmou Arantes. O executivo atua como diretor de Pessoas, Comunicação, Marketing e Relações com a Imprensa da Braskem.

“Não é à toa que todos esforços da companhia têm sido colocados para reparar, mitigar e compensar todo o dano causado”, completou, de acordo com o “InfoMoney”.

A CPI investiga o afundamento do solo de Maceió e foi instaurado pelo Senado em dezembro do ano passado. Os membros da Comissão apuram o papel da petroquímica no ocorrido em bairros da cidade de Alagoas, devido à décadas de extração subterrânea de sal-gema no local.

Braskem (BRKM5) não quis “causar danos às pessoas”, diz diretor

Na época, quase 200 mil pessoas sentiram o impacto, de forma direta ou indireta, conforme declarado pelo governo de Alagoas. 

Segundo Arantes, a Braskem não se interessou em “causar qualquer dano às pessoas”, no decorrer das negociações com as famílias que foram forçadas a abandonar as casas pelos riscos de desabamento dos imóveis. 

A empresa deu “ampla oportunidade e amplo prazo” para amparar as vítimas, depôs ele. 

Pedro de Freitas, diretor financeiro, afirmou, em meados de março, que a Braskem espera concluir o preenchimento das cavidades subterrâneas causadas pela mineração no final de 2026. Anteriormente, a expectativa era de que o trabalho fosse completado até o fim deste ano.

Adnoc avança a passos lentos com a diligência da petroquímica

Adnoc (Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi) avançou da diligência mandatória em processos de fusão e aquisições da Braskem (BRKM5). Contudo, questões relacionadas ao rompimento da mina de Alagoas têm provocado o atraso no processo para fechar o negócio.

Na outra ponta, mas também com interesse na Braskem (BRKM5), está a Kuwait PIC. A companhia está em estágio anterior em relação à Adnoc.

Até poucas semanas, a percepção era de que neste momento as negociações já estivessem concluídas com a Adnoc, mas receios em relação à precificação do desastre desaceleraram a transação.

A proposta da Adnoc não é novidade. A organização enviou o documento em novembro de 2023 para a aquisição de 38,3% da participação da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem por R$ 10,5 bilhões.