Na última quinta-feira (15), todos os acionistas das Americanas (AMER3) foram impactados pela forte desvalorização das ações da empresa. Durante aquela tarde, após a varejista divulgar um prejuízo de R$ 2,3 bilhões em 2023, iniciou-se uma onda de quedas.
O pregão foi especialmente doloroso para Inácio de Barros Melo Neto, o empresário pernambucano e fã de Jorge Paulo Lemann, que, há um mês, virou celebridade instantânea na Faria Lima ao se tornar o maior acionista individual da Americanas (AMER3).
Quando a posição de 113 milhões de ações detida por Melo Neto se tornou pública, essa fatia correspondia a R$ 67,2 milhões. Atualmente, um mês depois, o montante vale cerca de R$ 17 milhões na B3 (B3SA3). Ou seja, as perdas de Neto foram de mais de R$ 50 milhões no período.
O empresário disse em julho que adquiriu os papéis investindo aproximadamente R$ 50 milhões ao longo de mais de um ano. Com isso, se vendesse tudo hoje, o empresário teria um prejuízo de R$ 33 milhões.
O devoto de Lemann já declarou, segundo “O Globo”, que sua inspiração foi uma fala do bilionário sobre o fato de “momentos adversos serem momentos de investimento”. De fato, adversidades têm sido bastante presentes para quem investe na empresa.
Americanas (AMER3): cenário dificulta “luz no fim do túnel”
Após quatro anúncios de adiamento, o mercado aguarda ansioso a divulgação dos resultados referentes ao quarto trimestre de 2023 e ao primeiro trimestre de 2024 da Americanas (AMER3).
O cenário de recuperação judicial e um rombo contábil estimado em R$ 40 bilhões dificultam a visão de uma “luz no fim do túnel” para a empresa, segundo Pedro Marcatto, operador de renda variável da B.Side Investimentos.
De acordo com Marcatto, o patrimônio líquido negativo da empresa é o que indica a pior imagem do balanço que está por vir. Neste caso, a companhia tem mais obrigações do que direito e, mesmo que todos os ativos fossem liquidados, ainda teriam passivos a serem cumpridos, explicou.