Em relatório sobre as prévias do varejo no primeiro trimestre de 2024, a XP apontou que o setor deve trazer resultados decepcionantes nesta temporada. A organização pontuou que os destaques devem ser Casas Bahia (BHIA3) e Petz (PETZ3), em linha com o último consenso.
Segundo a XP, os dados fracos devem ser decorrentes do cenário desafiador, mudanças fiscais e uma fraca sazonalidade. Além disso, ela acredita que a Casas Bahia (BHIA3) deve ser impactada, especialmente, por sua reestruturação.
Por outro lado, é esperado que a maior concorrente da Casas Bahia, a Magazine Luiza (MGLU3), reporte melhora nas margens.
Em relação ao segmento de e-commerce como um todo, a expectativa é para um fraco crescimento de receita, com a demanda de bens duráveis pressionada pelo cenário macro.
Já em relação às companhias de varejo alimentar, segundo a XP, devem ter melhor performance, devido à inflação alimentar.
“A rentabilidade, alavancagem operacional e a maturação das conversões e expansão devem contribuir para melhora de margens de Assaí (ASAI3) e Grupo Mateus (GMAT3)“, declararam, de acordo com o “Suno”, os analistas Daniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer.
Além disso, os estrategistas acrescentaram que as empresas de baixa/média renda devem ter vendas mesmas lojas acelerando por ganho de volume. Da mesma forma, deve ocorrer a expansão de margens com alavancagens operacionais, ao passo que níveis de inadimplência devem seguir se estabilizando.
“Por fim, esperamos sinais de melhora em teses de transformação, como Alpargatas (ALPA4), Natura (NTCO3) e SBF (SBFG3), enquanto Petz (PETZ3) deve ser o destaque negativo, com um cenário competitivo ainda pressionado”, concluíram os especialistas.
Casas Bahia (BHIA3) não abrirá nenhuma loja pelo 2º ano seguido
O Grupo Casas Bahia (BHIA3), não abrirá novas lojas este ano. A empresa deve seguir na direção contrária e encerrar as atividades de mais 20 pontos de venda. Este é o segundo ano, em sequência, que a varejista não inaugura novos pontos.
No momento, a Casas Bahia tem 1.078 lojas, considerando as bandeiras do Grupo e do Ponto. Esse número, em 2022, chegava a 1.133. A redução das unidades trata-se de uma estratégia do plano de reestruturação para atrair novamente o lucro da companhia.
Contudo, a ideia enfrenta um cenário de dificuldades, com o negócio registrando prejuízo recorde no quarto trimestre de 2023, sob o valor de R$ 1 bilhão. As perdas do ano foram de R$ 2,6 bilhões, em torno de 8 vezes maiores que as reportadas em 2022, em R$ 342 milhões, de acordo com a Folha de S. Paulo.