“Eu tenho um compromisso com o povo brasileiro que é reduzir o preço da gasolina, o preço do combustível […]”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A afirmativa foi feita na semana passada, mas só recebeu holofotes nesta terça-feira (19), com a atenção de investidores voltados à Petrobras (PETR4). As informações são do InfoMoney.
No pregão de 11 de março, quando a declaração foi feita, o mercado estava digerindo as críticas do presidente aos dividendos da Petrobras (PETR4), após a petroleira não distribuir proventos extraordinários.
Agora, a fala atrai olhares de analistas, que levantam teses, especialmente por ser observada a manutenção de uma baixa defasagem de preços de combustíveis em relação aos preços no exterior. Esse é um ponto de atenção, considerando as constantes altas do petróleo.
Vale lembrar que em maio de 2023, a Petrobras divulgou a sua nova política de preços de combustíveis, com o encerramento da política de paridade de importação.
Os novos termos geraram inseguranças no mercado, mas o receio cessou conforme a petroleira atualizava os preços e eles se aproximavam do exterior.
Sendo assim, o CEO da estatal, Jean Paul Prates, mantém o discurso de que a nova política auxilia o não repasse da volatilidade da commodity. Com isso, segundo o “InfoMoney”, a estatal também chegou a praticar preços acima dos internacionais desde a atualização da política.
Petrobras (PETR4): Gasolina não tem reajuste há 151 dias
Os investidores vão monitorar de perto as movimentações da Petrobras (PETR4), diante de um cenário onde a gasolina não sofre reajuste há 151 dias.
Dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) apontam que, na segunda-feira (18), houve uma diferença de 19% entre o preço praticado pela estatal e o praticado no Golfo do México.
A janela para importação do diesel está fechada há 84 dias, enquanto a da gasolina está há 43 dias.
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Analistas pontuam que é importante monitorar o impacto das falas do presidente
Especialistas do Genial Investimentos dizem que até semana passada havia um desconto menor — de cerca de R$ 0,15 o litro do diesel e R$ 0,07 o litro de gasolina –. Para eles, é importante monitorar os impactos dos discursos do presidente da República.
“Excluindo toda a discussão acerca dos dividendos extraordinários, aparentemente o presidente novamente criticou a política de paridade de preços internacionais, dizendo que não faria sentido existir essa equiparação. (…) A questão da paridade vai muito além do senso comum de ‘se o petróleo é brasileiro, então os preços deveriam ser nacionalizados’”, sinalizou a casa, conforme antecipado pelo “InfoMoney”.
Já o Itaú BBA (ITUB4) apontou que na semana passada, grande parte dos preços internacionais avançaram. Os crack spreads da gasolina saltaram 38% na base semanal com a forte demanda de verão nos EUA.
“Como resultado desses fatores, nossas faixas estimadas de preços para a gasolina continuaram a aumentar, levando os preços da gasolina da Petrobras a serem posicionados abaixo do limite inferior de nossas faixas de preço pela primeira vez em seis meses. Em relação ao diesel, os preços da Petrobras ainda estão dentro da faixa, mas agora mais perto da extremidade inferior”, disse o BBA.
