Jean Paul Prates, presidente da Petrobras (PETR4), declarou durante o Seminário Brasil Hoje, nesta segunda-feira (22), que a proposta pelo pagamento de 50% dos dividendos extraordinários da petroleira até o momento é a “única na mesa”.
“O Conselho de Administração geralmente delibera sobre isso. Só que dessa vez, o balanço foi fechado e a decisão foi adiada, e agora faremos uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) após a Assembleia Geral Ordinária (AGO), e aí referendaremos a distribuição de 50%, que é a proposta que está na mesa, a única que está com licitude e os pareceres, e cuja decisão foi adiada lá atrás”, disse Prates, de acordo com o “Suno”.
A estatal deve decidir sobre os dividendos extraordinários na próxima sexta-feira (26), quando ocorrerão as assembleias. O valor retido em dividendos da companhia é de R$ 43,9 bilhões. Com isso, a distribuição de 50% soma o montante de R$ 22 bilhões.
Prates ainda destacou que uma nova proposta em que seria articulado um percentual distinto para a distribuição exigiria mais esforços.
“O balanço teve que ser fechado no dia 8 de março e se tomássemos outra decisão, precisaríamos reabrir o balanço, fazer auditoria e tudo mais, e por um mês não vale a pena. A AGE pode fazer esse complemento e a metade dos dividendos passa a ser destinada à conta e a outra será distribuída”, pontuou o executivo durante a coletiva de imprensa.
O presidente da Petrobras acrescentou que a prática de usar um fundo para reter dividendos é “comum”.
“Esse mecanismo da conta de equalização de remuneração de capital, apelidado de ‘conta dividendos’, a destinação do dinheiro que vai para essa conta é para distribuir dividendos. Tem gente que pergunta o porquê de adiar, mas toda empresa S.A. de grande porte tem esse mecanismo e nós não tínhamos e criamos ano passado”, defendeu ele.
Petrobras (PETR4) recebe quase R$ 9 bi com Lava Jato
A Petrobras (PETR4) já recebeu aproximadamente R$ 9 bilhões em indenizações após ter prejuízos decorrentes da Operação Lava Jato. A investigação passou a ter a petroleira como foco em 2014, quando um amplo esquema de corrupção foi descoberto.
“Não somos alvo da investigação Lava Jato e somos formalmente reconhecidos pelas autoridades brasileiras como vítimas do esquema de pagamentos indevidos”, disse a Petrobras (PETR4) em relatório 20-F de 2023. As informações são do “Money Times”.
A estatal destacou que seguirá com medidas legais contra indivíduos e companhias que gerem prejuízos financeiros e de imagem para a organização. Além disso, a petroleira ressalta que os possíveis desdobramentos da operação poderão afetar e “desviar os esforços da administração das atividades ordinárias”.