Foto: Reprodução Assaí
Foto: Reprodução Assaí

A CVM Comissão de Valores Mobiliários aprovou um acordo de R$ 719 mil com Gabrielle Helú, diretora de RI (Relações com Investidores) do Assaí Atacadista (ASAI3), para encerrar um processo administrativo sancionador. A decisão foi tomada pelo colegiado na última terça-feira (14) e divulgada nesta quinta-feira (16).

A investigação foi aberta em 2023 pela Superintendência de SEP (Relações com Empresas) , que apurava possível omissão de informações relevantes ao mercado, conforme determina a Resolução CVM 44. O caso teve origem em 2023 uma possível venda em bloco de 11,7% das ações do Assaí , então em posse do grupo Casino.

Na época, os papéis da varejista subiram 14,7%, com volume financeiro 2,6 vezes acima da média dos 60 pregões anteriores. A movimentação levou a B3 a solicitar esclarecimentos à companhia.

Em resposta, o Assaí afirmou desconhecer qualquer fato que justificasse a oscilação. Somente semanas depois, em 22 e 23 de junho, foram divulgados dois fatos relevantes confirmando a venda dos papéis em operação de “block trade”.

Gabrielle Helú defendeu ter seguido os procedimentos da Resolução CVM 44, afirmando que apurou os fatos com os administradores e com representantes do Casino, que teriam negado a transação naquele momento.

Em maio de 2025, antes da conclusão da análise do caso, a executiva propôs um termo de compromisso no valor de R$ 564 mil, mesmo alegando não haver cometido qualquer irregularidade. A proposta inicial foi rejeitada pelo Comitê de Termo de Compromisso (CTC), mas, após negociações, o valor final foi fixado em R$ 719 mil.

O acordo foi considerado juridicamente viável pela Procuradoria Federal Especializada junto à Autarquia (PFE-CVM) e aprovado pelo colegiado da Comissão.