O TC (antigo TradersClub) notificou judicialmente, nesta semana, a casa de análises Empiricus, que pertence a BTG Pactual (BPAC11) pela suposta divulgação de um vídeo com conteúdo jocoso e acusatório acerca da companhia. O BP Money teve acesso aos autos que mostram que o TC exige que a Empiricus retire da internet, em até 48 horas, o vídeo.
De acordo com o documento, o vídeo, que teria sido produzido pela Empiricus, faz parte de uma campanha da casa de análises para atingir o TC -dado que ambas são concorrentes. Enquanto que os relatórios produzidos teriam sido destinados a um público consumidor da plataforma, o vídeo que circulou teria a intenção de atrair pessoas leigas no assunto contra o TC. Não há, no entanto, provas da autoria no documento.
“No jocoso vídeo a intenção foi direcionada para públicos diversos, abarcando inclusive pessoas leigas no assunto, pois, utiliza linguajar acessível e repleto de expressões de impacto”, informa a notificação. O TC confirmou que adotou medidas áreas cível e criminal em resposta ao vídeo que circulou na última semanas. Confira a nota na íntegra ao fim da reportagem.
Ainda segundo a notificação judicial, funcionário da Empiricus criaram “um grupo no aplicativo de mensagens “Whastsapp”, no qual foram adicionados como participantes do grupo, diversos investidores/clientes” da empresa.
Após a criação, segundo o documento judicial, “um número telefônico desconhecido, e até então não rastreado, publicou determinado vídeo, com duração de quase 05 (cinco) minutos, de conteúdo provocatório e jocoso, no qual uma atriz caracterizada de palhaço, profere inúmeras acusações ardilosas e forja desconexos devaneios, que atingem direta e expressivamente a integridade da Interpelante”, informa o documento.
Fontes ouvidas pelo BP Money, no entanto, afirmam que a notificação do TC para que o vídeo seja retirado do ar é genérico e dificilmente uma solução concreta dado que o conteúdo se espalhou pelo WhatsApp.
A notificação, no entanto, é mais um capítulo de uma apuração que ocorre desde que o vídeo passou a circular. Nesta semana, a revista “Veja” trouxe bastidores da investigação que o TC montou para descobrir o emissor da peça. De acordo com a publicação, assim que o vídeo caiu nas redes, Ferri levantou uma lista de possíveis detratores e, de acordo com fontes da revista, chegou a ligar para ameaçar alguns deles.
Ainda na semana passada, o jornal “O Globo” publicou que a companhia está sob investigações da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e da BSM (Supervisão de Mercados) – responsável por fiscalizar irregularidades no mercado – devido a uma suposta manipulação de cotação de ações.
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A empresa de Felipe Miranda ficou conhecida pelo marketing agressivo, enquanto que o TC ganhou fama com uma postura afrontosa dos fundadores Rafael Ferri e Pedro Albuquerque.
Em outubro do ano passado, a Empiricus publicou um relatório em que recomendava aos clientes que realizassem uma operação de “short” nas ações do TC (uma estratégia que consiste na venda da ação que não possui em carteira e espera pela desvalorização dela para lucrar).
Desde então, o TC encara uma batalha judicial com a Empiricus, que foi comprada pelo BTG no ano passado, pois, segundo o TC, ambos são concorrentes e, por isso, a intenção da Empiricus seria obscura.
Procurados, Empiricus e BTG Pactual ainda não se manifestaram sobre o caso.
Confira na íntegra a nota do TC:
“O TC confirma que adotou medidas nas áreas cível e criminal em resposta ao vídeo que circulou na última semana, em que uma atriz vestida de palhaçada acusava a Companhia de diversos crimes. O TC reitera sua mais absoluta seriedade e idoneidade e, diante disso, acionou as autoridades responsáveis para que os autores do vídeo sejam identificados e penalizados e essa campanha de desinformação, difamação e manipulação de mercado de que tem sido vítima seja interrompida.
No âmbito criminal, nesta sexta-feira (8), o TC apresentou à Polícia Federal pedido de abertura de inquérito. O requerimento tem por objetivo a investigação pela Polícia Federal de possível crime de manipulação de mercado, entre outros conexos, que estejam relacionados ao vídeo publicado.
É importante observar que o TC não acusa nenhuma pessoa física ou jurídica em específico, tendo apenas cumprido seu dever fiduciário de compartilhar com as autoridades competentes todas as informações de conhecimento público a que teve acesso para que o caso seja solucionado.”
